TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O São Paulo seguiu a sua sina de fracassos em jogos na Argentina e perdeu para o Rosario Central por 1 a 0, ontem à noite, no Gigante de Arroyito, no jogo de ida das oitavas-de-final da Libertadores.
Clube brasileiro com pior retrospecto no país vizinho -havia perdido todas as cinco partidas disputadas em gramados argentinos-, o São Paulo teve o revés de atuar desde os 34min da etapa inicial com dez jogadores em campo: Fábio Simplício foi expulso por jogada violenta.
A partida marcou ainda a terceira derrota de Cuca à frente do São Paulo. Sob o seu comando, o clube havia sido derrotado apenas pelo São Caetano, no Paulista, e pela LDU, na Libertadores.
O jogo de volta, marcado para a próxima quarta-feira, no Morumbi, define a vaga para as quartas-de-final da competição. O São Paulo precisa vencer por dois gols de diferença para seguir no torneio. Vitória por um gol leva a decisão para os pênaltis.
Com o gol de Belloso, marcado aos 42min do segundo tempo, o Rosario Central manteve a escrita de ir bem dentro de casa. A equipe argentina jamais perdeu para times estrangeiros atuando no Arroyito em torneios oficiais.
Em campo, a esperada pressão dos argentinos no Gigante de Arroyito não aconteceu, e o São Paulo equilibrou o jogo desde o início. Com um meio-campo forte na marcação e rápido na distribuição de bola, a equipe de Cuca neutralizou as jogadas de ataque do Rosario, que se limitava aos cruzamentos para a área.
Apostando na marcação no meio, o São Paulo chegou a ter cinco homens no setor, já que Grafite recuava para buscar a bola e diminuir os espaços.
Na frente, Luis Fabiano era a referência para os contra-ataques e, mesmo vigiado, deu trabalho aos zagueiros do time argentino.
Mas se o São Paulo não teve tanto trabalho com o toque de bola dos adversários, o mesmo não se pode dizer com relação à catimba do Rosario. Barros Schelotto passou a provocar os atletas são-paulinos, e a tática para desestabilizar os comandados de Cuca acabou dando resultado.
Aos 34min, Fábio Simplício, que acabara de receber o cartão amarelo, deu uma cotovelada no argentino em uma disputa de bola pelo alto e acabou expulso.
Com um a menos, o São Paulo se fechou na defesa e soube controlar o ímpeto dos inimigos, que se contentaram com o empate de 0 a 0 na ida para o intervalo.
A segunda etapa começou com uma chance clara de gol para cada lado, porém o panorama não mudou muito. Mesmo com a desvantagem de ter um homem a menos, o São Paulo bloqueava bem o seu meio-campo, enquanto o Rosario tentava chegar ao gol na base da raça de seus jogadores.
O clube argentino passou a apertar o ritmo mesmo a partir dos 25min, forçando os cruzamentos para a área de Rogério.
Sem muito sucesso, os atletas do Rosario seguiram nas provocações e chegaram a ser violentos. Em um dos lances, Rogério foi atingido por um carrinho quando já tinha feito a defesa.
Sob pressão, Cuca resolveu mexer no time. Sacou Danilo para a entrada de Adriano e tirou Grafite para, com Fábio Santos, reforçar ainda mais o meio-campo.
Não funcionou. O time da casa encontrou espaço e passou a ter mais liberdade para atacar.
E, num contra-ataque rápido, o time do Morumbi acabou sendo castigado. Barros Schelotto recuperou uma bola no meio-campo e fez lançamento para Belloso, que entrou no segundo tempo no lugar de González.
Ele entrou na corrida, tirou o zagueiro Rodrigo do lance e, com um belo chute, venceu o goleiro Rogério, aos 42min. A bola ainda bateu na trave antes de entrar.
O São Paulo ainda tentou se lançar ao ataque para tentar empatar o jogo. A chance apareceu em uma cobrança de falta na entrada da área. Rogério -que marcou dessa maneira na estréia do time na Libertadores, contra o Alianza Lima- cobrou, mas o tiro raspou o travessão do goleiro argentino.
Os são-paulinos voltam hoje ao Brasil e não vão ter muito tempo para curar a ressaca da derrota. No domingo, o time entra em campo para enfrentar o Coritiba, fora de casa, pelo Brasileiro.


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