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Travestis afirmam que mentiram sobre Ronaldo
Delegado diz não crer que tenha havido negociação para a mudança de versão
Andréia e Carla negam ter feito sexo ou consumido drogas com atleta e falam que só conversaram nas três horas em quarto de motel
LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, DO RIO
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os travestis Andréia Albertine (André Luiz Albertino), 21, e
Carla Tamine (Júnior Ribeiro
da Silva), 25, recuaram ontem
e, segundo a polícia, disseram
ter mentido sobre a confusão
em que se envolveram com o
atacante Ronaldo num motel
na Barra, zona oeste do Rio.
Em depoimento na 16ª DP ao
delegado Carlos Augusto Nogueira, Andréia e Carla negaram que tenham feito sexo e
consumido drogas com o jogador. Segundo o delegado, afirmaram que inventaram a história para ""subir na vida".
Relataram que dois dos três
travestis passaram três horas
no motel com Ronaldo, porém
dizem que nesse período não fizeram nada além de conversar
com o jogador do Milan.
Na semana passada, os dois
travestis tinham prestado queixa na delegacia. Andréia havia
dito que o jogador não pagara o
programa e a ameaçara caso divulgasse a confusão entre eles.
E também que o "Fenômeno"
consumira cocaína no motel.
Ronaldo negava as acusações
e dizia ter sido vítima de chantagem do travesti. Ele apenas
admitia que havia confundido
Andréia com uma mulher e a
convidado para um programa
num motel. Outros dois travestis foram chamados por Andréia para o programa, após
Ronaldo chegar ao motel.
O delegado disse não acreditar que possa ter havido qualquer tipo de negociação para
que os travestis mudassem a
versão sobre o caso. Mas admitiu ter ficado "surpreendido"
com o fato de Andréia e Carla
terem aparecido na delegacia
espontaneamente. "Não acho
que houve combinação alguma,
porque agora, com esses novos
depoimentos, todos os fatos
realmente se encaixaram."
Embora tenham dito que
mentiram no depoimento da
semana passada, Andréia e
Carla negaram ontem ter tentado extorquir Ronaldo na madrugada do último dia 28.
Segundo o delegado da 16ª
DP, os travestis se disseram arrependidos. Andréia e Carla
deixaram a delegacia sem dar
entrevistas. O advogado da dupla, Eduardo Swiech, disse que
haverá uma entrevista hoje.
Um travesti identificado como
Veida, que teria conhecido Ronaldo no motel, não depôs.
O depoimento dos travestis
surpreendeu porque não estava
marcado. ""Andréia disse que
estava chateada por Ronaldo
não ter pago o combinado e, no
transcorrer das coisas, mentiu
porque pensou que pudesse
melhorar a vida dela. Mas não
imaginava que isso fosse fazer
mal a Ronaldo a ponto de ele
poder ter contratos rescindidos", afirmou o delegado.
Ontem, a TIM, uma das patrocinadoras do atleta, negou
via nota que romperia o contrato com Ronaldo por causa da
confusão com os travestis.
Segundo a assessoria de imprensa de Ronaldo, os contratos do jogador só permitem rescisão unilateral por parte dos
contratantes se ele for acusado,
processado, julgado e condenado judicialmente em última
instância de forma pública.
Depois de quase uma semana
isolado em Angra dos Reis, Ronaldo voltou ao Rio. Ele deverá
embarcar no final da semana
para Paris, onde será submetido a uma reavaliação no joelho
operado. Não se manifestou a
respeito do recuo dos travestis.
Os travestis ainda podem ser
indiciados sob a acusação de
tentativa de extorsão, segundo
o titular da 16ª DP. O mais provável, disse ele, é que isso ocorra só com Andréia Albertine.
Colaborou EDUARDO OHATA,
da Reportagem Local
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