|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TOSTÃO
Marcos, ídolo de todos
Luxemburgo é um ótimo técnico por seu trabalho em treinos e jogos, e não por suas exibicionistas palestras
O PALMEIRAS é um dos raros times, em todo o mundo, que
tem dois laterais que apóiam
bastante e que não utiliza um terceiro defensor, seja um autêntico zagueiro ou um volante na função de
zagueiro.
Assim, a equipe não perde um armador ou um atacante. Nem a defesa fica fragilizada. Leandro e Élder
Granja não são alas. São laterais que
apóiam alternadamente e no momento certo. Pierre joga de volante,
e não de zagueiro.
Luxemburgo faz isso há muito
tempo, geralmente com sucesso, e
os outros técnicos não aprendem.
Adoram escalar três zagueiros, dois
volantes e dois alas, que na prática
costumam ser laterais, pois não têm
habilidade de um armador pelos lados. Ficam sete defensores e apenas
os outros três chegam ao ataque.
No Palmeiras, costuma ser o contrário. Só os dois zagueiros e Pierre
têm funções somente defensivas.
Além disso, Pierre mostrou que tem
um razoável passe para iniciar as jogadas ofensivas.
O vídeo mostrado nas televisões
com a palestra de Luxemburgo no
vestiário antes da partida contra a
Ponte Preta foi um show de exibicionismo. Muitos outros técnicos fazem o mesmo. Funciona bem quando o time vence. Às vezes ajuda,
principalmente quando há um grande número de atletas infantis, facilmente sugestionáveis e que ainda
têm o mau gosto de obrigar os companheiros a raspar a cabeça para comemorar o título.
Luxemburgo é um ótimo treinador por seu trabalho durante os treinos e partidas, e não pelas suas breguices e preleções de motivação.
Foi muito bom ver Marcos feliz,
jogar bem e ganhar títulos. Por ser
autêntico e por ter outras qualidades, Marcos é um desses atletas que
todos torcem por ele. Marcos não é
simplório. Ele é simples, sincero e
sem deslumbramento, como um desejo de viver sem se notar, diz a belíssima música de Chico Buarque.
O homem da prancheta
No Rio, venceu quem tem os melhores jogadores. Cuca merecia
treinar um time com mais qualidade individual. Por ter muita habilidade quando avança pelo meio, virtude importante para um autêntico
ala, Juan foi novamente decisivo,
ao lado de Tardelli e Obina.
Nesse momento em que o Flamengo passa a ser um forte candidato aos títulos do Brasileiro e da
Libertadores, Joel poderá fazer
muita falta.
Com o tempo, Joel aprendeu e é
hoje um dos poucos técnicos que,
além de criar uma estratégia para o
jogo, enxerga os detalhes diferentes e particulares que acontecessem durante a partida. Percebe e
muda. Essa qualidade não depende
somente de conhecimentos técnicos e de informações. É um saber
inconsciente, emocional e intuitivo, que não se explica. A pessoa sabe sem saber porque sabe.
Joel, com sua "ultrapassada
prancheta", é muito melhor que a
maioria dos técnicos modernos e
computadorizados.
O racional Caio Júnior não combina bem com o estilo explosivo e
emocional do Flamengo, no gramado e nas arquibancadas. Mas, como
no futebol nem tudo é definido e
definitivo, poderá ser uma surpresa. O frio e pragmático Parreira se
deu muito bem no convívio com a
paixão corintiana.
Texto Anterior: Tênis - Régis Andaku: Os leões rugem Próximo Texto: Corinthians volta ao normal, mas vence Índice
|