São Paulo, sexta-feira, 07 de junho de 2002

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GRUPO A/ ONTEM

Após o primeiro 0 a 0 da Copa, times são obrigados a vencer para obter vaga

Empate deixa uruguaios e franceses à beira do abismo

Associated Press
O francês Micoud chuta para acertar a trave contra o Uruguai


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A BUSAN

No seu confronto inicial envolvendo duas seleções que já foram campeãs mundiais, a Copa-2002 registrou, em 20 jogos, seu primeiro duelo encerrado sem gols.
Em partida nervosa e violenta, a França, atual detentora do título mundial, e o Uruguai, primeiro campeão, empataram em 0 e 0, em Busan, e viram suas aspirações de classificação à segunda fase sofrerem um duro golpe.
Após duas rodadas, as duas equipes estão empatadas em terceiro lugar no Grupo A, com apenas um ponto conquistado.
Na jornada derradeira da chave, na próxima terça-feira, as duas equipes terão que vencer seus rivais por pelo menos dois gols de diferença para não dependerem do resultado alheio. A França pega a Dinamarca, enquanto o Uruguai desafia o Senegal.
No jogo, os atuais campeões mundiais, mais uma vez, mostraram sua debilidade quando entram em campo sem o meia Zinedine Zidane, seu maior astro.
Ainda mais atuando, desde os 25min, com um homem a menos depois da expulsão do atacante Henry, que levou o cartão vermelho após cometer falta violenta.
Apesar de mostrar que o empate, que levava a decisão para a última rodada, era um bom resultado, o Uruguai ameaçou bastante o goleiro Barthez, que foi eleito pela Fifa o primeiro jogador da sua posição como o melhor de uma partida de Copa do Mundo até agora.
Já nos acréscimos do segundo tempo, o goleiro salvou seu time da eliminação precoce ao defender chute de Magallanes, que invadiu a área sem marcação.
Antes, a França mostrou o mesmo problema da estréia contra Senegal, quando a ausência de Zidane deixou o time sem um bom armador de jogadas. Apesar de registrar 86,4% de eficiência nos passes -é a primeira no ranking-, realizar mais de 35 cruzamentos e finalizar em média 17,5 vezes, a atual campeã não conseguiu reverter em gol suas chances.
"Se Zidane estivesse em campo, a ligação entre o meio-campo e o ataque seria muito melhor", afirmou o volante Petit, que tentou ontem, sem sucesso, fazer o papel do companheiro lesionado.
Assim, o fosso na artilharia que separa a França com e sem o seu astro nas últimas duas Copas aumentou ainda mais. Quando Zidane esteve em campo no Mundial-98, a equipe teve média de 2,4 gols por jogo. Já quando ele estava suspenso na Copa passada e machucado agora, essa marca não passa de 0,75 gol por partida.
"Nosso sistema não muda por causa da ausência de Zidane. Mas, quanto à eficiência, isso é questionável", afirmou o técnico Roger Lemerre, reconhecendo, com sinceridade, a falta que o jogador faz para sua equipe na Copa-2002.
Sem Zidane, o confronto de ontem várias vezes debandou para a violência -foram 41 faltas e seis cartões. O Uruguai foi mais indisciplinado, com Romero, o segundo mais violento da Copa, cometendo sete das 24 faltas do time.
Após realizarem mais faltas e lances desleais do que chances de gol, os times tentaram mais o ataque na segunda etapa, tornando o jogo dramático. Nos minutos iniciais, quando Recoba mostrou um pouco de inspiração, os sul-americanos foram melhor. Mas, logo, a França melhorou, evitou a derrota e manteve suas chances.


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