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São Paulo, sábado, 07 de junho de 2003

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FUTEBOL

Chileno muda discurso e fala em negociar para ser efetivado como técnico

Rojas, agora, diz que aceita segurar rojão no São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Se a diretoria do São Paulo ainda quiser, Roberto Rojas agora aceita conversar sobre a possibilidade de ser efetivado como treinador. Há um mês no lugar do demitido Oswaldo de Oliveira, ontem, pela primeira vez, o chileno demonstrou interesse pela vaga.
"O convite que me fizeram foi para assumir como interino. Aceitei. Não até 31 de dezembro. Nesta data vou estar em casa porque é Natal. Se as coisas mudarem, se a diretoria quiser me convidar para ser técnico, vou sentar para conversar. Teremos que traçar um projeto", disse o chileno, que está no clube há quase dez anos como técnico de goleiros.
A declaração de Rojas coincidiu com a negativa de Tite em assumir o clube por R$ 100 mil mensais e com a dificuldade de atender a pretensão salarial de Toninho Cerezo, que pediu US$ 50 mil para deixar o Kashima Antlers, do Japão, onde ganha o dobro.
Juvenal Juvêncio, diretor de futebol, não desistiu de ir atrás do ex-jogador, mas prorrogou a conversa para a semana que vem. Amanhã, contra o Bahia, Rojas estará no banco outra vez.
Depois do recuo de Tite, que chegou a ser anunciado como 90% técnico do São Paulo pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa, os dirigentes do clube vão ter mais cautela com Cerezo. Se ele não sinalizar com a possibilidade de ganhar bem menos, a negociação será abortada.
"Caso o Cerezo também não aceite [as condições propostas pela diretoria são-paulina], voltaremos à estaca zero", disse o diretor de futebol do clube.
A "estaca zero" pode favorecer a efetivação de Rojas na função. O próprio Juvêncio disse no começo de sua gestão, que começou uma semana depois de Rojas assumir a equipe no início de maio, lamentar o fato de ele estar arredio em relação ao assédio da imprensa e de não se interessar em permanecer no cargo.
Rojas aceitou assumir o time titular na véspera do jogo contra o Figueirense (dia 3 de maio). "Foi um pedido do presidente que eu não poderia negar."
De lá para cá foram sete jogos e apenas uma derrota -para o Santos. Com ele, o São Paulo também foi desclassificado da Copa do Brasil, mas tem sido regular no Brasileiro. Rojas tem tomado atitudes que agradam aos dirigentes: barrou titulares que não estavam rendendo (Gabriel, Reinaldo, Leonardo), promoveu a estréia do zagueiro uruguaio Lugano (que já está de volta à reserva), melhorou a eficiência da defesa e caiu nas graças da torcida.
O único temor dos dirigentes é "queimá-lo". O supervisor de futebol, Marco Aurélio Cunha, lembrou que ele está há dez anos no clube, sem ser contestado. "Essa euforia passa depois de duas ou três derrotas. Daí ele pode ficar sem emprego e sem país", disse, referindo-se ao fato de Rojas ter permissão para morar no Brasil por causa de seu visto de trabalho. (MARÍLIA RUIZ)


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