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FUTEBOL
Chileno muda discurso e fala em negociar para ser efetivado como técnico
Rojas, agora, diz que aceita segurar rojão no São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a diretoria do São Paulo ainda quiser, Roberto Rojas agora
aceita conversar sobre a possibilidade de ser efetivado como treinador. Há um mês no lugar do demitido Oswaldo de Oliveira, ontem, pela primeira vez, o chileno demonstrou interesse pela vaga.
"O convite que me fizeram foi
para assumir como interino.
Aceitei. Não até 31 de dezembro.
Nesta data vou estar em casa porque é Natal. Se as coisas mudarem, se a diretoria quiser me convidar para ser técnico, vou sentar
para conversar. Teremos que traçar um projeto", disse o chileno,
que está no clube há quase dez
anos como técnico de goleiros.
A declaração de Rojas coincidiu
com a negativa de Tite em assumir o clube por R$ 100 mil mensais e com a dificuldade de atender a pretensão salarial de Toninho Cerezo, que pediu US$ 50 mil para deixar o Kashima Antlers, do
Japão, onde ganha o dobro.
Juvenal Juvêncio, diretor de futebol, não desistiu de ir atrás do
ex-jogador, mas prorrogou a conversa para a semana que vem.
Amanhã, contra o Bahia, Rojas
estará no banco outra vez.
Depois do recuo de Tite, que
chegou a ser anunciado como
90% técnico do São Paulo pelo
presidente Marcelo Portugal
Gouvêa, os dirigentes do clube
vão ter mais cautela com Cerezo.
Se ele não sinalizar com a possibilidade de ganhar bem menos, a
negociação será abortada.
"Caso o Cerezo também não
aceite [as condições propostas pela diretoria são-paulina], voltaremos à estaca zero", disse o diretor
de futebol do clube.
A "estaca zero" pode favorecer a
efetivação de Rojas na função. O
próprio Juvêncio disse no começo
de sua gestão, que começou uma
semana depois de Rojas assumir a
equipe no início de maio, lamentar o fato de ele estar arredio em
relação ao assédio da imprensa e
de não se interessar em permanecer no cargo.
Rojas aceitou assumir o time titular na véspera do jogo contra o
Figueirense (dia 3 de maio). "Foi
um pedido do presidente que eu
não poderia negar."
De lá para cá foram sete jogos e
apenas uma derrota -para o
Santos. Com ele, o São Paulo também foi desclassificado da Copa
do Brasil, mas tem sido regular no
Brasileiro. Rojas tem tomado atitudes que agradam aos dirigentes:
barrou titulares que não estavam
rendendo (Gabriel, Reinaldo,
Leonardo), promoveu a estréia do
zagueiro uruguaio Lugano (que já
está de volta à reserva), melhorou
a eficiência da defesa e caiu nas
graças da torcida.
O único temor dos dirigentes é
"queimá-lo". O supervisor de futebol, Marco Aurélio Cunha, lembrou que ele está há dez anos no clube, sem ser contestado. "Essa
euforia passa depois de duas ou
três derrotas. Daí ele pode ficar
sem emprego e sem país", disse,
referindo-se ao fato de Rojas ter
permissão para morar no Brasil
por causa de seu visto de trabalho.
(MARÍLIA RUIZ)
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