São Paulo, quarta-feira, 07 de junho de 2006 |
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CLÓVIS ROSSI Cadê a Copa?
FÁCIL, fácil, tem mais
Copa do Mundo em
São Paulo, nas ruas,
TVs e jornais, do que em
Munique, apesar de ser
aqui que vai ser disputada,
sexta-feira, a partida inaugural. Ainda por cima envolvendo a seleção local
(contra a Costa Rica).
Até que se vendem algumas bandeiras, até que alguns curiosos (poucos)
procuram o "Fanartikel",
o quiosque montado na
Marienplatz para vender
artigos para fãs, como diz
o nome, tudo oficial (e caro). E a Marienplatz é sim
plesmente o principal
ponto de concentração de
turistas, em especial às
11h, 12h e 17h, quando soa
o carrilhão animado da
Nova Prefeitura.
Não é que o alemão seja
frio. O alemão é apaixonado pelo futebol em especial na Baviera, terra do
Bayern, o time da Alemanha que tem a mais rica
história internacional.
O problema é que o brasileiro é apaixonado demais por futebol. Não, não
é só palpite, não. Pesquisa
da própria Fifa, associada
ao cartão Mastercard,
mostrou que o brasileiro
tem o maior nível de paixão pela seleção e, por extensão, a maior propensão
a gastar para seguí-la.
Setenta e sete por centos dos brasileiros são torcedores "ávidos", à frente
dos de todos os demais nove países pesquisados.
Talvez porque o futebol
é a única atividade em que
o brasileiro é o melhor do
mundo, fato comprovado
histórica e estatisticamente e referendado pelos outros torcedores.
Vide "L'Equipe", o principal esportivo francês, de
ontem: manchete de capa
e foto gigante para a chegada à Alemanha dos
"prodígios brasileiros",
"uma chuva de estrelas".
A paixão reflete-se na
frenesi com que a mídia
acompanha a seleção. Vou
tirar foto para a credencial. Dos cinco postos de
fotografia, três estão ocupados por brasileiros.
O posto do centro de imprensa anuncia uma sinopse dos diários brasileiros. Só dos brasileiros,
apesar de 150 países terem
pelo menos um jornalista
credenciado.
Por lá, desfilam os mais
variados sotaques do português, nenhum de Portugal (ou Angola).
Aparece até uma camiseta verde-e-amarela
anunciando a Rádio Liberdade, diretamente de
Caruaru, no quente interior pernambucano, para
o friozinho da sempre traiçoeira primavera alemã.
@ - crossi@uol.com.br Texto Anterior: Preço da seleção já atinge cifra bilionária Próximo Texto: ESPORTE Paralisação da Copa é bem recebida por clubes Índice |
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