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MOTOR
Mosley e a lógica da F-1
Maiores investidores no
esporte a motor não tiveram
voz na reunião que definiu
permanência do dirigente
FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
"MARKETING WEEK" é a
principal revista britânica especializada em,
errr, não preciso dizer. E, na atual
edição, dedica um belo espaço à permanência de Mosley à frente da FIA.
"Não se trata mais de discutir se
Mosley é simpatizante do nazismo,
mas de saber se a F-1 agüentará o
tranco de ter alguém tão politicamente incorreto no comando (...)
Essa é uma história ainda em andamento, com potencial explosivo
muito maior que o do episódio que a
originou. O escorregão serviu para
jogar luz na organização da F-1. Para
mostrar que por trás de tantas estrelas e de tanto dinheiro, há uma administração arcaica, incompetente e
eticamente dúbia (...) Nenhuma das
montadoras ou patrocinadores que
investem pesado teve direito a voto
na reunião que referendou Mosley
como o chefão do automobilismo."
Pois é. Tiveram direito a voto 222
entidades filiadas à FIA. Várias,
muitas delas tão ou mais inexpressivas como a Associação Automobilística do Brasil e o Car Club do Brasil.
A Toyota, que gastará neste ano
US$ 452 milhões, nada. A Philip
Morris, que colocou US$ 200 milhões no esporte por cinco temporadas, nada. Red Bull, Vodafone, Ferrari, McLaren, Mercedes, Bridgestone, BMW, ING, Renault, nada.
Mosley provavelmente não conseguiria dobrar marcas como essas.
O mesmo não se pode dizer de entidades como o Touring y Automovil
Club de Venezuela, a Federation du
Sport Automobile de Madagascar
ou o Ceylon Motor Sports Club -esta, uma das duas (!!!!!!) representantes do Sri Lanka presentes à reunião.
Com apoio dos nanicos, ele manteve o posto. Mas como governará
até outubro de 2009, quando termina o mandato? É o que a "Marketing
Week" e a F-1 se perguntam agora.
Enquanto isso, Joanne Villeneuve, a eterna companheira de Gilles,
mãe de Jacques, foi barrada no circuito que leva o nome do marido
porque não levava no pescoço um
pedaço de plástico com a inscrição
"guest", "VIP" ou coisa parecida.
Assim é a F-1. E essa é sua empertigada (e agonizante, na opinião deste colunista) lógica da conveniência.
SILÊNCIO
A CBA não revelou seu voto na reunião da terça-feira, em Paris. Aliás,
já se passaram 17 dias e até agora a
entidade não divulgou qual foi a
substância encontrada no antidoping de Paulo Salustiano. É outra
adepta da lógica da conveniência.
Só não é empertigada porque ainda
lhe resta algum bom senso.
TOMBOS
Lorenzo começou o ano como a
sensação, candidato ao título, até.
Mas quebrou os tornozelos na China, caiu de novo em Le Mans e ontem foi levado de helicóptero ao
hospital, após ficar inconsciente,
numa nova queda. Vai murchar
após tudo isso? Aposto que não.
fseixas@folhasp.com.br
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