São Paulo, domingo, 07 de junho de 2009

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TOSTÃO

Melhor contra-ataque do mundo


O Brasil, que sempre foi o país do ataque e da pressão, é agora o país da defesa e de um poderoso contra-ataque


O FUTEBOL brasileiro, admirado em todo o mundo pelo toque de bola, pela troca de passes, pelo domínio do jogo, não existe mais. Agora, é o futebol de muita marcação e de muitos contra-ataques. Muitas vezes, brilhantes, como na belíssima vitória contra o Uruguai.
O Brasil tem o melhor contra-ataque do mundo, pois possui dois jogadores, Kaká e Robinho, velozes e talentosos, ideais para atuar dessa forma. E ainda tem um ótimo finalizador, Luis Fabiano.
Para um time ser eficiente nessa estratégia, precisa também de uma ótima defesa para suportar a pressão. O Brasil tem dois excelentes zagueiros e um excepcional goleiro. Além disso, nesse esquema de marcar muito atrás, Gilberto Silva e, principalmente, Felipe Melo, que tem bom passe, são também eficientes. Felipe Melo foi uma boa tacada de Dunga.
A seleção brasileira se parece hoje com a eficiente italiana, que sempre criticamos. Júlio César é Buffon quando era jovem. Juan e Lúcio estão no nível dos melhores zagueiros italianos.
A grande dificuldade do Brasil não é mais contra fortes seleções, e sim quando joga em casa e/ou encara times inferiores, que vão se defender para contra-atacar. Aí, o Brasil vai precisar de mais armadores ofensivos, de marcar por pressão e de saber atacar com pequenos espaços.
O novo futebol brasileiro não é o que sempre sonhamos. O time atual vai oscilar e, quando jogar mal, vai mostrar suas deficiências e será criticado. Mas o time já tem uma identidade, um estilo que tem boas chances de ser vitorioso.

Silêncio
Gosto de palavras, de som, de música e também de silêncio, do que é dito com os gestos e com o olhar. Gosto ainda da luta silenciosa, feita com atitudes, e não com discursos vazios e oportunistas. O silêncio comunica mais que o ruído. Nós é que não sabemos escutá-lo nem compreendê-lo.
Não sei por que escrevo isso. Deve ser porque vi na TV partidas de tênis pelo Torneio de Roland Garros. Não entendo nada, mas gosto do silêncio que todos os narradores e os comentaristas desse esporte fazem quando a bola está em jogo. Até os torcedores fazem silêncio.
Sei que futebol é muito diferente. Dizem que o silêncio derruba a audiência. Será? Mas não é necessário também, enquanto a bola estiver rolando, falar tanto, dar tantas informações e ainda narrar o lance óbvio, como passe para o lado. TV não é rádio. Estamos vendo a jogada. Não somos cegos nem burros.

Realidade
Não tenho esperança de que não haverá desperdício de dinheiro público na Copa de 2014 e de que não serão construídas obras que não trarão nenhum benefício à população depois do Mundial. Acho ainda absurdo o poder público construir um estádio, para ter apenas um jogo na Copa, em uma cidade que não possui uma única equipe nem na segunda divisão do futebol brasileiro. Vai ser um elefante branco.
Não sou pessimista. Sou realista. Ainda mais com vários jornalistas chapas-brancas, em todos os Estados, e tantos dirigentes, políticos e governantes mais espertos que a esperteza.


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