São Paulo, domingo, 7 de junho de 1998

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Posso queimar a língua...

RODRIGO BUENO
Schmeichel; Matthäus; Zanetti, Costacurta e Roberto Carlos; Hierro, Seedorf, Mijatovic e Zidane; Ronaldinho e Batistuta.
Arrisco dizer que essa será a seleção da Copa. Posso queimar a língua (e ser cobrado por isso), mas não resisti ao exercício de futurologia. Eis as justificativas.
Schmeichel: o goleiro dinamarquês tem inegáveis qualidades e, como sua defesa está demonstrando fragilidade, deve ser muito exigido, aparecendo bastante.
Além disso, quase sempre o melhor goleiro da Copa pertence a um time que não é de ponta.
Matthäus: o líbero alemão não garantiu lugar no time titular, mas, pela experiência e eficácia na armação e marcação, deve se fixar na Alemanha, liderando-a.
E mais: basta um jogo para que ele entre para a história como o jogador que mais atuou em Copa.
Zanetti: o lateral-direito argentino é versátil e, como fez contra o Brasil e como tem feito na Internazionale, pode compor o meio-campo com perfeição.
Sua utilidade é tanta que o técnico Daniel Passarella pode aproveitá-lo até pela esquerda.
Costacurta: o zagueiro italiano nunca teve muito destaque porque sempre ficou ao lado de Baresi, mas agora, comandando o miolo da defesa, pode brilhar.
E, normalmente, os italianos colocam representantes da defesa em seleções de Mundiais.
Roberto Carlos: o lateral-esquerdo brasileiro esbanja potência nas arrancadas ao ataque e nos chutes a gol.
Em partidas duras (e se espera muitas nesta Copa), ele pode ser decisivo em cobranças de falta.
Hierro: o zagueiro espanhol tem talento e personalidade de sobra, tanto que atua no meio-campo, onde é múltiplo cabeça-de-área.
Sua presença também deve ser notada no ataque, pela disposição física e cobranças de falta.
Seedorf: o meia holandês é um dos atletas de maior qualidade técnica do mundo, capaz de fazer jogadas de efeito e produtivas.
Tem grande condicionamento físico, o que lhe permite cair pelas pontas e ajudar na marcação.
Mijatovic: o meia-atacante iugoslavo concilia habilidade e velocidade como poucos, sendo também um goleador nato.
Especialmente contra Irã e EUA, na primeira fase, o craque dos bálcãs pode fazer seu nome.
Zidane: o meia francês está na pequena lista de foras-de-série da atualidade e guia o time-sede da Copa com genialidade.
Também tem a possibilidade de se consagrar contra a Arábia Saudita e a África do Sul.
Ronaldinho: o atacante brasileiro sabe como poucos sobressair sobre pesada marcação, como tem mostrado na Itália.
Com jogadores de alto nível para municiá-lo, como Giovanni e Rivaldo, o sucesso fica mais fácil.
Batistuta: o atacante argentino possui grande presença e é exímio finalizador, mesmo no jogo aéreo, que pode prevalecer na Copa.
Para facilitar ainda mais, Jamaica e Japão são os dois primeiros adversários do "Batigol".



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