São Paulo, sábado, 07 de julho de 2001

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FUTEBOL

Rivaldo e Antônio Carlos também não são mais unanimidade na seleção

Scolari abre com Romário lista que perdeu prestígio

Associated Press
O técnico Luiz Felipe Scolari, que ontem disparou críticas aos medalhões da seleção brasileira


SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Os medalhões não são mais uma unanimidade na era Scolari.
Antes elogiados pelo técnico da seleção brasileira, jogadores consagrados como o atacante Romário, do Vasco, o meia-atacante Rivaldo, do Barcelona, e o zagueiro Antônio Carlos, da Roma, ficaram com o prestígio em baixa após a derrota para o Uruguai, por 1 a 0, domingo passado, em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa de 2002.
Scolari aproveitou a convocação dos 22 jogadores que vão disputar a Copa América para expor a sua irritação com os medalhões da seleção brasileira.
O principal alvo de Scolari ontem foi o atacante vascaíno Romário. O treinador não escondeu a contrariedade com o artilheiro das eliminatórias da Copa do Mundo de 2002.
O técnico ficou irritado ao tomar conhecimento de que o atacante embarcaria ontem à noite com o Vasco para disputar uma série de amistosos no México.
Na semana passada, Romário foi liberado pelo técnico da seleção de disputar a Copa América. Ele disse que precisava se submeter a uma intervenção cirúrgica em um dos olhos neste mês.
""O Romário ficou fora porque mantive a convocação feita na semana passada. Se algo diferente ocorreu neste período, não sou eu quem vou correr atrás. Eu não posso correr atrás. Estou mantendo a minha palavra", disse o técnico, que se controlou para tentar amenizar as críticas a Romário.
""Tem um exemplo que poderia citar, mas prefiro ficar calado", acrescentou o técnico.
Logo em seguida, Scolari citou o volante Mauro Silva, do Deportivo la Coruña, como um exemplo positivo para a seleção. Mesmo sem estar inscrito no torneio, o jogador iria embarcar com a delegação para a Colômbia.
Mauro Silva, que ficou fora da última partida da seleção por contusão, foi reconvocado ontem pelo técnico para a disputa da Copa América colombiana.
""Na seleção, vai ser assim sempre. Quem quiser seguir, terá que ser assim. Senão, o barco segue", disse Scolari.
O treinador também deixou claro que não haverá mais regalias no seu esquema tático para jogadores com o estilo de Romário.
""Na Copa de 70, havia jogadores que decidiam a partida. Agora, as grandes seleções tem jogadores que desequilibram uma partida, mas também ajudam os seus companheiros em campo. Futebol tem que ser assim", declarou o treinador.
Apesar de não citar o meia-atacante Rivaldo e o zagueiro Antônio Carlos, o treinador mandou um recado aos dois jogadores.
""Precisamos de jogadores que se exponham, que atuem com ousadia. Eles não podem temer a crítica do treinador ou de jornalistas. Essa foi a minha opinião sobre o primeiro jogo", disse Scolari.
Na avaliação da comissão técnica, os dois jogadores foram considerados os mais fracos da seleção na partida contra o Uruguai.



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