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São Paulo, segunda-feira, 07 de julho de 2003

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VÔLEI

Na reta final

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Chegou a hora da decisão. Oito seleções iniciam amanhã a luta pelo título da Liga Mundial, na Espanha. O Brasil não teve sorte: caiu no chamado grupo da morte e não vai poder vacilar em nenhum jogo. O time só tem pedreira pela frente. A estréia é contra a Bulgária. Na sequência, vai enfrentar Rússia e Itália.
O certo é que a fase decisiva da Liga já começa com uma falha grave: a má distribuição dos times nas chaves. O sorteio acabou punindo as equipes com as melhores campanhas na fase de classificação: Rússia, Brasil e Itália ficaram no mesmo grupo e uma delas estará fora das semifinais.
Quem perde com isso é o esporte. A outra chave tem só uma seleção da elite do vôlei: Sérvia e Montenegro, atual campeã olímpica. Os outros integrantes são República Tcheca, Grécia e Espanha, terceira colocada do Grupo A, que só se classificou por ser a sede das finais. Os espanhóis foram os grandes beneficiados.
Até o atacante Pascual, a maior estrela da seleção espanhola, chegou a dizer que o seu time está consciente que tem uma grande chance de chegar às semifinais. Mas mesmo com essa moleza, vai ser difícil a classificação. A segunda vaga da chave deve ser da República Tcheca.
Já a seleção brasileira tem um desfalque que preocupa: Gustavo, o central com o melhor bloqueio do time. Ele nem viajou por causa de um problema nas costas.
E você sabe, o Brasil já está com um saque muito irregular, o que dificulta a ação do bloqueio, e, sem Gustavo, a situação pode se complicar mais.
O jogo de amanhã contra a Bulgária não vai ser fácil. Vale lembrar que os búlgaros venceram três das quatro partidas que fizeram com a Sérvia e Montenegro na fase de classificação. O time também parece bem melhor do que aquele que ficou em 13º lugar no Mundial da Argentina-2002.
A Bulgária não é uma seleção com um vôlei refinado como o do Brasil. O jogo é baseado na força do saque e na ação do bloqueio. Basta lembrar que três jogadores da equipe estão entre os oito melhores sacadores da Liga Mundial: Nikolov (31 aces), Ivanov (24) e Konstantinov (21).
Ou seja: o Brasil vai ter de mostrar uma boa recepção para acionar as jogadas de velocidade e passar pelo bloqueio búlgaro. Caso contrário, vai ter de jogar com bolas altas na ponta e a situação pode se complicar já que a seleção tem atacantes baixos como Giba, André Nascimento e Nalbert.
O passo seguinte para o Brasil chegar às semifinais será vencer a Rússia ou a Itália. Pelo que tem apresentado, a seleção russa está mais regular. Mas os italianos terão um reforço que vai melhorar muito o time nas finais: a volta do levantador Meoni, que ficou fora da fase de classificação por causa de uma contusão.
É difícil arriscar um palpite porque a seleção brasileira se mostrou irregular nos últimos jogos e tem errado muito no saque, o principal fundamento hoje no vôlei. Na verdade, o Brasil é um enigma. Mas se o time acertar o saque e conseguir jogar com velocidade, poderemos ter boas notícias no domingo, dia da final.

Italiano
O Piacenza promete ser a sensação do Campeonato Italiano. O time, que será dirigido por Julio Velasco, anunciou a contratação do central Andrea Gardini, 38. No início dos anos 90, Gardini foi o capitão da Itália, na época em que Velasco era o técnico. O time já acertou com o levantador Nikola Grbic, os cubanos Osvaldo e Ihosvany Hernandes, e com Zlatanov, da seleção italiana.

Baixinhas
Os asiáticos largaram na frente e já realizaram o primeiro campeonato continental para mulheres com até 1,75 m, na Tailândia. Taiwan foi campeã invicta com uma vitória por 3 a 0 na final, sobre a Coréia do Norte. Na disputa pelo terceiro lugar, a Tailândia bateu o Vietnã por 3 a 0. Hong Kong ficou em quinto lugar, e a Malásia, em sexto.


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