São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Fazedor de líderes desafia gangorra do Brasileiro-04

Fernando Santos/Folha Imagem
O técnico palmeirense Estevam Soares comanda treino noturno da equipe que lidera o Brasileiro


Estevam Soares tenta seguir com Palmeiras no topo, algo que não conseguiu fazer com a Ponte Preta

TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

De eliminado na Copa do Brasil por um time de segunda divisão a líder potencial do Brasileiro-2004. O feito foi alcançado pelo até então desconhecido Estevam Soares no Palmeiras. Só que um desafio maior ele encara hoje à noite.
Às 20h30, no Parque Antarctica, contra o Juventude, o técnico tem a tarefa de manter um clube no topo da classificação, algo particularmente difícil no Nacional deste ano -em 12 rodadas, o campeonato já teve sete líderes.
Ontem à noite, o São Paulo saiu vitorioso do Morumbi e voltou ao primeiro lugar da competição.
Dono de um estilo disciplinador, mas temperado com uma certa dose de diálogo, Estevam devolveu aos jogadores a auto-estima que se esvaiu com o fim da era Jair Picerni no Palmeiras.
"A todo momento ele falava que tinha na mão um grupo de primeira. Resgatou nossa confiança após a eliminação para o Santo André e trabalhou duro dentro de campo", disse o meia Pedrinho.
Contratado para "arrumar a casa" graças ao trabalho desenvolvido anteriormente na Ponte Preta -alçou o time de Campinas à liderança, na quarta rodada-, Estevam encarou com naturalidade o fato de ter sido o único técnico do Brasileiro de pontos corridos a liderar por dois clubes diferentes.
"Isso é planejamento, nada mais. Ser líder com a Ponte foi ótimo por ser um time do interior. No Palmeiras, trabalhamos muito para chegar entre os primeiros."
E os números conspiram a favor de Estevam na competição. Nas oito rodadas em que esteve à frente da Ponte, ele só foi batido uma vez: pelo Palmeiras. No clube de Campinas, conseguiu um aproveitamento bom, de 66,7%.
No Palmeiras, desde a sua estréia, no dia 29 de maio, contra o Coritiba, o treinador ainda não sabe o que é derrota. Foram três vitórias e dois empates -73,3% de êxito. E o segredo do sucesso, ele trata de dividir com todos. "O time é bom, mantivemos o conjunto, o torcedor voltou a apoiar e ter orgulho da equipe."
Entre os jogadores, além do reconhecimento pelo trabalho de Estevam, está a necessidade de não dar espaço à acomodação.
Para o confronto com os gaúchos, Estevam poderá contar com os retornos do lateral Lúcio e do volante Corrêa, após suspensão.
O meia Élson, julgado ontem na Justiça esportiva pela expulsão contra o São Caetano, está liberado e vai atuar mais encostado em Kahê, na frente. Já o goleiro Sérgio segue como dúvida.
Apesar de ostentar o segundo melhor ataque do Brasileiro, com 23 gols (1,92 por jogo), e de ter a segunda defesa mais eficiente -vazada apenas dez vezes-, o técnico Estevam Soares quer o time atento na marcação para não dar vantagem ao adversário.
De acordo com o Datafolha, o Palmeiras é o time que mais perde bolas no campeonato: 43,8.
Outra preocupação é quanto às finalizações. O índice de acerto nos arremates é de apenas 39,7%. O resultado é que apenas 2 dos 23 gols marcados pelo time foram feitos de fora da área.
Já o Juventude não tem do que se orgulhar quando joga fora no Nacional. Está entre os quatro piores como visitante, com eficácia de 16,7%, ao lado de Paraná e Corinthians. O Paysandu, com 11,1%, tem o pior desempenho.

Colaborou Luís Gustavo, do Datafolha


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Jogadores reprovam nova iluminação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.