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TÊNIS
Novo capitão pegará Venezuela com iniciantes e diz que será difícil ganhar
Brasil chama juvenis e já se prepara para o pior na Davis
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
Diego Cubas, Bruno Rosa, Caio
Zampieri e Thomas Bellucci.
A crise do tênis brasileiro transformou o que foi parte da relação
de inscritos no Banana Bowl na
equipe do país na Copa Davis.
O Banana é um dos principais
torneios infanto-juvenis do mundo, enquanto a Davis é o mais
prestigioso evento entre países.
O Brasil enfrenta a Venezuela,
em Caracas, de 16 a 18 deste mês,
pelo playoff do Zonal Americano,
a segunda divisão do torneio.
O novo capitão, Ricardo Pereira, disse que convocou jogadores
em início de carreira profissional
por causa do momento político.
"Foi a melhor forma que achei para tentar contornar o ambiente,
que está muito turbulento."
O Brasil vive um momento delicado na Copa Davis por causa da
queda de braço entre o presidente
da CBT, Nelson Nastás, e os principais jogadores do país.
Liderados por Gustavo Kuerten,
os tenistas dizem que não jogam o
torneio enquanto o dirigente estiver à frente da entidade. Nastás
enfrenta denúncias de irregularidade e tem mandato até dezembro, mas, na tentativa de evitar o
boicote, chegou a anunciar duas
vezes que anteciparia a eleição.
Mesmo com a promessa de saída do presidente em maio, os atletas da equipe principal mantiveram a posição e não enfrentaram
o Paraguai, em abril, pela segunda
rodada do Zonal Americano.
Foi formado, às pressas, um time B, com tenistas com pouca ou
nenhuma experiência em Davis e
rankings inferiores. O resultado
foi a derrota em um duelo que era
considerado, inicialmente, fácil.
Como o presidente não saiu em
maio ou no começo deste mês,
como havia se comprometido, inclusive perante um juiz, nem a
equipe B aceitou novo chamado.
A solução encontrada por Nastás
foi recorrer aos juvenis.
"Uma das coisas que deixei bem
claro foi que trabalharia apenas
com juvenis", disse Pereira, que é
técnico de Alessandro Camarço
(486º do ranking), Leonardo Kirche (708º), Henrique Pinto e Silva
(816º) e Sérgio Bruni (988º).
Os convocados para pegar a Venezuela ostentam rankings mais
modestos: Diego Cubas está em
1.094º lugar. Bruno Rosa é o
1.118º, e Caio Zampieri, o 1.152º.
Thomaz Bellucci ainda não obteve pontos na ATP e é o 31º do
ranking mundial juvenil.
Por tudo isso, o objetivo maior
da equipe não é bater a Venezuela, cujo melhor jogador é Jose De
Armas, 336º do mundo. "É bem
difícil ganhar. Vamos jogar fora,
com todas as condições desfavoráveis. Mas é importante ganhar
experiência. A maioria vai estar
na Davis no futuro", disse Pereira.
Se a previsão se confirmar, o
Brasil pega em setembro o perdedor de Peru x Equador e, em caso
de nova derrota, vai para a terceira divisão. Peru e Equador têm tenistas entre os top 100, e Nastás já
disse que não tem pressa em sair.
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