São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2004

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TÊNIS

Novo capitão pegará Venezuela com iniciantes e diz que será difícil ganhar

Brasil chama juvenis e já se prepara para o pior na Davis

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Diego Cubas, Bruno Rosa, Caio Zampieri e Thomas Bellucci.
A crise do tênis brasileiro transformou o que foi parte da relação de inscritos no Banana Bowl na equipe do país na Copa Davis.
O Banana é um dos principais torneios infanto-juvenis do mundo, enquanto a Davis é o mais prestigioso evento entre países.
O Brasil enfrenta a Venezuela, em Caracas, de 16 a 18 deste mês, pelo playoff do Zonal Americano, a segunda divisão do torneio.
O novo capitão, Ricardo Pereira, disse que convocou jogadores em início de carreira profissional por causa do momento político. "Foi a melhor forma que achei para tentar contornar o ambiente, que está muito turbulento."
O Brasil vive um momento delicado na Copa Davis por causa da queda de braço entre o presidente da CBT, Nelson Nastás, e os principais jogadores do país.
Liderados por Gustavo Kuerten, os tenistas dizem que não jogam o torneio enquanto o dirigente estiver à frente da entidade. Nastás enfrenta denúncias de irregularidade e tem mandato até dezembro, mas, na tentativa de evitar o boicote, chegou a anunciar duas vezes que anteciparia a eleição.
Mesmo com a promessa de saída do presidente em maio, os atletas da equipe principal mantiveram a posição e não enfrentaram o Paraguai, em abril, pela segunda rodada do Zonal Americano.
Foi formado, às pressas, um time B, com tenistas com pouca ou nenhuma experiência em Davis e rankings inferiores. O resultado foi a derrota em um duelo que era considerado, inicialmente, fácil.
Como o presidente não saiu em maio ou no começo deste mês, como havia se comprometido, inclusive perante um juiz, nem a equipe B aceitou novo chamado. A solução encontrada por Nastás foi recorrer aos juvenis.
"Uma das coisas que deixei bem claro foi que trabalharia apenas com juvenis", disse Pereira, que é técnico de Alessandro Camarço (486º do ranking), Leonardo Kirche (708º), Henrique Pinto e Silva (816º) e Sérgio Bruni (988º).
Os convocados para pegar a Venezuela ostentam rankings mais modestos: Diego Cubas está em 1.094º lugar. Bruno Rosa é o 1.118º, e Caio Zampieri, o 1.152º.
Thomaz Bellucci ainda não obteve pontos na ATP e é o 31º do ranking mundial juvenil.
Por tudo isso, o objetivo maior da equipe não é bater a Venezuela, cujo melhor jogador é Jose De Armas, 336º do mundo. "É bem difícil ganhar. Vamos jogar fora, com todas as condições desfavoráveis. Mas é importante ganhar experiência. A maioria vai estar na Davis no futuro", disse Pereira.
Se a previsão se confirmar, o Brasil pega em setembro o perdedor de Peru x Equador e, em caso de nova derrota, vai para a terceira divisão. Peru e Equador têm tenistas entre os top 100, e Nastás já disse que não tem pressa em sair.


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