São Paulo, domingo, 07 de agosto de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

ELITE DA TROPA

Competição de vale-tudo invade quartel do Bope no Rio; vestibular seleciona policiais para programação internacional, que pode não ter premiação

Arquivo pessoal
O soldado, que atua pelo batalhão em Brasília, posa uniformizado e armado

EDUARDO OHATA
DO PAINEL FC

Um quartel do Bope (Batalhão de Operações Especiais), em Laranjeiras, no Rio, vai se tornar, no dia 25, o palco de uma competição internacional de MMA (artes marciais mistas), popularmente conhecida como vale-tudo.
Oito policiais do batalhão, ao mesmo tempo em que desempenham suas funções, treinam para ganhar a chance de participar do Shooto, torneio com origem no Japão.
"Percebi logo de cara que eles não têm adrenalina. Chegam bem calmos", explica o técnico e representante do Shooto para as Américas, André Pederneiras, ex-lutador do UFC, mais conhecida competição de MMA do mundo.
"Isso acontece até pela rotina deles, esse negócio de perseguir bandido, trocar tiro. Acho que por isso encaram tudo com naturalidade."
Apesar de já terem noções em várias modalidades de luta, como jiu-jítsu, boxe, kung fu e kickboxing (espécie de boxe misturado com caratê), há três meses os dublês de lutadores treinam especificamente com técnicas de MMA.
Os treinos tomam entre quatro e seis horas por dia.
Os policiais selecionados para participar da programação enfrentarão adversários "importados" da Argentina.
Entre seus sparrings, ou parceiros de treinos, está o campeão pena do UFC, José Aldo, pupilo de Pederneiras.
A realização de uma competição de MMA em um quartel foi inspirada pelo evento do UFC "Fight For The Troops" ("Luta Para as Tropas").
"Assisti nos EUA, conversei sobre isso com um primo meu que é do Bope e passei a ideia para o comandante do Bope, o tenente-coronel Rene Alonso, que aprovou."
Não serão comercializados ingressos para o público. Somente policiais assistirão no quartel à programação, que terá transmissão por meio de um canal pay-per-view.
Os dois policiais que ganharem o direito de participar do Shooto receberão socos, chutes, chaves, mas podem não ganhar bolsas. É discutido se a função de policiais não conflita com pagamento para participar do evento. "Eles têm na cabeça que podem não receber nada."
Se correm o risco de ir para casa sem receber pagamento pela apresentação, os policiais, logo em suas estreias no MMA, terão uma exposição à mídia invejável.
Dezenas de jornalistas do exterior e de outros Estados estarão no Rio para assistir, dois dias depois, ao UFC Rio.
Além dos dois combates envolvendo os policiais, haverá mais seis lutas. Quatro de brasileiros contra norte-americanos e duas apenas entre lutadores brasileiros.


Texto Anterior: 2016: Cidade inaugura 1ª obra olímpica, palco do Rock in Rio
Próximo Texto: Policial de Brasília faz 'luta da vida' em evento do UFC no Rio
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.