Única brasileira na disputa, novata chega bem cotada à final do individual geral

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Maior revelação do Mundial de Stuttgart, Jade Barbosa tenta escrever hoje seu nome na história da ginástica artística.
A atleta carioca disputa na Alemanha, diante de 23 adversárias, a decisão do individual geral, que elegerá a ginasta mais completa da competição, já que a pontuação consiste na somatória dos quatro aparelhos (solo, salto, paralelas assimétricas e trave).
De acordo com a comissão técnica da seleção brasileira, a prova de hoje consistirá no grande teste de Jade até aqui.
"Até agora, Jade foi muito bem, porém sempre competiu ao lado da equipe, o que dá mais segurança. Vamos ver como ela reage enfrentando sozinha as rivais de peso. Agora é a hora de ela se medir", declara a ucraniana Iryna Ilyaschenko, que treina a seleção brasileira.
Sexta colocada na fase classificatória, com 60,525 pontos, Jade chega motivada por ter sido a melhor atleta da final por equipes, quando fez 61,225.
"A competição, para ela, ainda está na metade, já que compete sábado [amanhã] e domingo. Mas a Jade é forte. E, mesmo sabendo que será difícil superar as rivais, a meta é que ela mantenha a evolução", afirma Eliane Martins, supervisora de seleções da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica).
Apesar de já se tornar célebre em Stuttgart, Jade mantém o discurso sereno. "O importante é competir bem", diz ela.
E até agora ela tem competido muito. Exceto por uma queda no solo no primeiro dia de classificação, Jade liderou o Brasil no Pan e, anteontem, na conquista do histórico quinto lugar na final por equipes.
Para Iryna, o Mundial tem sido importante para que Jade faça "nome" perante a comunidade internacional de ginástica. "Ela já deu um susto no pessoal. Pegou todo mundo de surpresa. Tomara que agora deixe todos mais boquiabertos."
Principal aposta do técnico Oleg Ostapenko para Pequim, Jade disputa pela primeira vez o Mundial, de cara a maior edição de todos os tempos, com 551 ginastas de 84 países.
Por isso, a CBG acredita que, se ela ficar entre as cinco primeiras colocadas hoje, terá alcançado feito maior que o de Daniele Hypólito, que obteve o quarto lugar na mesma prova no Mundial de Gent-2001.