São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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xeque

Só triunfo evita maior fiasco da seleção

Presssionado nas eliminatórias, time pode estabelecer pior campanha da história no classificatório se tropeçar no Chile

Qualquer resultado que não seja a vitória põe em xeque o emprego de Dunga, ainda mais fragilizado no cargo após o bronze em Pequim

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO

A seleção brasileira põe em jogo hoje, em Santiago, contra o Chile, às 22h, o limite do técnico Dunga e da mediocridade. Qualquer resultado que não seja a vitória do time nacional coloca em xeque o emprego do treinador gaúcho, na berlinda depois da Olimpíada de Pequim e por começar a sétima rodada do qualificatório para o Mundial de 2010 apenas na quinta colocação, fora da zona de classificação direta -só os quatro primeiros têm esse direito. O quinto ainda joga uma repescagem contra o quarto colocado da Concacaf. E um novo tropeço também dá um xeque-mate na história do país nas eliminatórias para as Copas do Mundo. Desde que o qualificatório passou a ser disputado no sistema de todos contra todos, nunca antes o Brasil teve um aproveitamento inferior a 50% ao final de uma rodada (sem contar a jornada inicial de cada eliminatória, quando o time nacional já empatou na estréia). Hoje, com 9 pontos em 18 disputados, o Brasil está no exato limite para não ficar abaixo da média. Com um empate diante dos chilenos, ficaria com 48%. Com derrota, 43%. Em toda a história, contando a época em que a eliminatória era disputada em grupos, só uma vez o Brasil passou da primeira rodada sem conseguir atingir o já fraco aproveitamento de 50% -no classificatório para a Copa dos EUA-94. A situação da seleção brasileira é delicada e atípica. Além do perigo que corre Dunga de perder seu emprego e das críticas do presidente Lula aos jogadores, o Brasil desembarcou em Santiago correndo o risco de terminar a rodada até na sétima colocação -disparado a pior posição da equipe na história das eliminatória. A necessidade de uma vitória fez até o técnico Dunga deixar de lado o esquema cauteloso, e fracassado, com três volantes que usou nos últimos tempos. Ele volta à formação com um meia ofensivo (Diego) e três atacantes (Ronaldinho, Robinho e Luis Fabiano). Os jogadores admitem que só os três pontos interessam e tentam mostrar confiança. "Temos que entrar muito fortes desde o início do jogo. A vitória é muito importante e não podemos pensar em outro resultado", disse o meia Diego. "Estamos acostumados com a pressão. Nada vai nos atrapalhar lá", falou Ronaldinho, o novo preferido de Dunga. O time nacional volta para o Brasil logo depois da partida em Santiago. Na quarta-feira, tem uma partida considerada bem mais fácil, quando recebe a Bolívia, no seu primeiro jogo no Engenhão, o estádio construído para os Jogos Pan-Americanos de 2007.


Colaborou SÉRGIO RANGEL, enviado especial a Teresópolis


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