São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2001

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Projeto "cívico" da federação local fracassa

DO ENVIADO A CURITIBA

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O "esquema antivaias" que a Federação Paranaense pretendia montar para o jogo de hoje, cujo cerne era o apoio incondicional de torcidas organizadas de Curitiba à seleção, fez água antes mesmo de a bola rolar.
As torcidas do Atlético-PR e do Paraná Clube não compareceram nem à reunião que o presidente da federação, Onaireves Moura, havia convocado com as organizadas da cidade.
A Fanáticos, maior torcida do Atlético-PR, com 17,8 mil associados, diz que não irá ao jogo. Seu diretor de marketing, Daniel Gomes, diz que a Fanáticos "não se dá com as outras torcidas [de Coritiba e Paraná"".
Ele acha difícil os torcedores que forem ao estádio apoiarem incondicionalmente a seleção, mesmo se o time jogar mal.
"Em São Paulo ou no Rio, a seleção foi vaiada. Em Curitiba, se não jogar bem, não sei se a torcida será tão democrática."
A Fúria, maior torcida do Paraná, com cerca de 4.600 integrantes, avisou que também não vai ao jogo. O presidente da torcida, Márcio Alexandre Silvestre, declarou que acha difícil a federação conseguir doutrinar o torcedor. "Se o time jogar mal, a vaia é normal, porque o torcedor está pagando."
A única torcida que compareceu à reunião com a federação e prometeu apoio foi a Império Alviverde, do Coritiba.
"Mesmo que o Brasil jogue uma partida feia, o que vale são os pontos e a classificação", afirmou Luiz Fernando Correia, presidente da organizada, que tem cerca de 12 mil sócios.
Nos dois treinos abertos que a seleção fez em Curitiba, foi possível perceber que os apelos da federação e a "cruzada cívica" criada por parte da mídia da cidade em torno do jogo serão insuficientes para garantir apoio ao time de Scolari: em ambos a equipe foi vaiada.
A situação causou tensão entre os jogadores. "A gente sabe que a torcida quer o resultado, mas ela só deveria vaiar quando acabar a partida", afirmou o atacante França.
"Se a torcida pegar no pé, a gente não pode se desesperar", defendeu o goleiro Marcos.
Os 53,2 mil ingressos colocados à venda para Brasil x Chile estão esgotados. (FV E RS)



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