São Paulo, quarta-feira, 07 de outubro de 2009

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COI prioriza obras e acomodações para a Olimpíada

Comitê Olímpico Internacional não considera segurança uma preocupação urgente para a competição no Rio

Dirigente minimiza ainda a questão do transporte e diz acreditar que a construção das instalações esportivas seja o fator mais complicado

DO ENVIADO A COPENHAGUE

A construção das sedes esportivas, a hotelaria e o gerenciamento das vilas de atletas e mídia da Barra da Tijuca são os principais desafios dos Jogos do Rio-2016. Essa é visão do diretor-executivo de Olimpíadas, Gilbert Felli, ao analisar o plano carioca para o evento.
São 40 sedes olímpicas previstas. Para ele, o andamento das construções das instalações depende da organização do governo federal. ""Porque o governo é que vai pagar pelas sedes e pela infraestrutura que nós vimos. Essas são as coisas mais complicadas para vocês [brasileiros]. Para ver se o que foi proposto na candidatura está no lugar", explicou Felli.
A acomodação de pessoas é apontada como segundo ponto delicado do plano do Rio por conta do uso de cruzeiros para completar os quartos necessários. Do total de quase 50 mil quartos, foi proposto que cerca de 8.000 seriam em navios atracados no porto carioca.
O executivo do COI entende que não haverá problema de fechar contrato com os navios para as acomodações. Mas lembrou que é preciso trabalhar na construção do porto.
""Terceiro, na Barra, há várias vilas para gerenciar, a dos atletas, a da mídia. Tem que gerenciar duas cidades de 20 mil pessoas. Precisamos de um monte de treinos. Se há pessoas no hotel, há pessoas treinadas. Mas, nas vilas, temos que fazer muita coisa para gerenciar as duas."
Pelo plano, a Rio-2016 terá uma Vila Olímpica, para cerca de 10.500 pessoas (atletas, técnicos etc.). E outra, com quase o mesmo número, para a mídia.
O diretor do COI não mencionou preocupação com transporte, que tinha sido apontado como motivo de atenção no relatório final sobre a cidade brasileira. Na ocasião, foi descrito que o fato de os Jogos do Rio ocorrerem em quatro grandes centros e a topografia da cidade ter muitos morros poderiam dificultar esse item.
Um dos motivos para essa mudança de postura é que a entidade entende que a Copa de 2014 obrigará o governo brasileiro a investir em transporte antes da Olimpíada. Espera-se, portanto, que sistemas de trem já tenham recebido melhorias dois anos antes dos Jogos.
A segurança também aparece em segundo plano para o comitê internacional. Explica-se: o assunto não é visto como urgente porque o sistema será desenvolvido mais próximo da realização do evento.
Como ocorreram em outras Olimpíadas, o governo do Estado vai elaborar um plano geral para proteger a cidade durante a competição. Depois, o comitê revisará esse planejamento, adotando os seus critérios, e pode sugerir mudanças.
Para acompanhar esses setores essenciais, o COI conta com uma equipe própria de especialistas, porém ainda contrata terceiros para aprofundar os planos sobre cada cidade.
(RODRIGO MATTOS)


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