São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Jornada dupla

Brasil supera Alemanha e pressão da torcida, avança à semifinal do Mundial de vôlei e se prepara para batalha contra os italianos, no sábado

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

"Vamos nos preparar muito, porque esse jogo vai ser uma verdadeira batalha." O técnico da Itália, Andrea Anastasi, já deu o tom do que representará a semifinal do Mundial de vôlei entre Brasil e sua equipe, no sábado.
Ontem, as duas seleções confirmaram o favoritismo e venceram seus respectivos confrontos, em Roma.
A seleção brasileira obteve primeiro a classificação para a semifinal, após atropelar a Alemanha por 3 sets a 0 (25/17, 25/20 e 25/19).
Quatro horas mais tarde, no mesmo ginásio em Roma, o Palallotomatica, foi a vez de os anfitriões do torneio baterem a França por 3 sets a 1 (25/18, 25/20, 25/27 e 25/19) e confirmarem a classificação para a semifinal.
Será o duelo entre a seleção que dominou o vôlei mundial na década de 1990 contra aquela que é hegemônica nos anos 2000.
Desde a controversa derrota do Brasil para a Bulgária no último sábado, atletas italianos e brasileiros vêm trocando farpas no torneio.
Os mediterrâneos acusaram a seleção de entregar o jogo para os búlgaros.
O time de Bernardinho entrou em quadra com reservas e ainda poupou o levantador Bruno. Com o suplente Marlon doente, usou Théo improvisado na posição.
Os jogadores brasileiros retrucaram, afirmando que o formato da competição fora concebido para beneficiar os anfitriões do Mundial. A rivalidade se incendiou.
Ontem, quando os brasileiros entraram em quadra, depararam-se com uma bandeira pendurada ao pé da arquibancada que dizia, em italiano: "Ancona, 2-10-10, o dia da vergonha".
Era referência explícita à cidade e à data em que o Brasil praticamente entregou o jogo para os búlgaros para enfrentar na terceira fase um grupo teoricamente mais fraco -teve como rivais a República Tcheca e a Alemanha-, além de evitar Cuba.
"O que importa é o que vai acontecer no dia 10 do 10 de 2010", provocou Dante, referindo-se ao domingo, data da final do Mundial.
Ainda antes do resultado do confronto entre Itália e França, o ponta brasileiro já sinalizava o desejo da seleção. "Todos nós queremos pegar a Itália na semifinal."
A essa altura, a vitória contundente sobre a Alemanha, descrita por Bernardinho como "taticamente perfeita", já era passado.
Mais tarde, a Itália entrou em quadra incentivada por um ginásio lotado, com um público superior a 11 mil pessoas, o triplo do que compareceu para ver a vitória do Brasil sobre a Alemanha.
A França ainda tentou endurecer a partida em alguns momentos. Venceu o terceiro set, adiando uma vitória italiana que parecia certa. Mas, no quarto e derradeiro set, não suportou a pressão da torcida e a atuação destacada dos ponteiros Simone Parodi e Cristian Savani.
O primeiro foi o maior pontuador, com 18 pontos, e o segundo marcou 16. Festa italiana no ginásio, com direito à música "Volare".
Se na entrevista coletiva após a partida o técnico italiano anunciou a batalha, Bruno foi ainda além. Nas palavras do levantador brasileiro, será uma guerra.
"Somos guerreiros e vamos até a final", afirmou o levantador. "Eles vão tentar de tudo para nos vencer. Somos os grandes rivais deles."


Texto Anterior: Basquete: Dirigente da NBA diz que fará jogos de exibição no Brasil
Próximo Texto: Algoz da seleção também está viva
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.