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FUTEBOL
Com estresse agudo, segundo especialista, técnico aceita desculpas e mantém Marcelinho contra o Goiás, hoje
Psicóloga sai em socorro de Luxemburgo
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
A psicóloga Suzy Fleury, que trabalha no Corinthians e na seleção,
saiu ontem em auxílio ao técnico
Wanderley Luxemburgo para encerrar os desentendimentos com o
meia-atacante Marcelinho e tentar
restaurar o clima de paz no time.
Luxemburgo, que ameaçava deixar Marcelinho na reserva no jogo
de hoje à noite, contra o Goiás, no
Pacaembu, pelo Brasileiro, acabou
fazendo as pazes com o jogador no
treino que a equipe realizou ontem
à tarde, no Parque São Jorge.
Para isso, Marcelinho teve que
reconhecer publicamente que errou no jogo em que o Corinthians
perdeu para o Palmeiras (3 a 1), no
último sábado, e pedir desculpas.
Depois de pedir perdão na frente
de todo o grupo, o jogador entrou
no gramado chorando.
No final do treino, ele e Luxemburgo se beijaram para mostrar
que não havia mais nenhum problema. Marcelinho continuará
sendo o capitão do time.
O técnico tinha acusado o jogador de não cumprir taticamente o
que lhe havia sido determinado
contra o Palmeiras e o substituiu
aos 30min do segundo tempo.
Marcelinho foi embora do Morumbi antes do final do jogo, o que
irritou ainda mais Luxemburgo.
"Não posso revelar sobre esse
trabalho interno para não expor a
intimidade dos envolvidos. Estamos chegando ao momento mais
crítico de todo o trajeto do Corinthians neste campeonato. Temos
que reorganizar as coisas", afirmou Suzy Fleury.
A psicóloga Regina Brandão, que
trabalha para o Grêmio, para o Internacional e para o Palmeiras, disse que Luxemburgo está com sintomas de estresse agudo.
"O fato de ele estar ganhando cabelos brancos e perdendo peso
mostra isso. A perda de peso é um
dos sintomas mais significativos
do estresse, que leva também à diminuição da resistência imunológica, deixando a pessoa predisposta, por exemplo, a gripe", disse ela.
Luxemburgo teve gripe na semana passada, depois de viajar quase
11 mil quilômetros para cumprir
compromissos do Corinthians e da
seleção brasileira. Ele está nove
quilos mais magro desde assumiu
o time do Parque São Jorge.
"Isso é como uma bomba-relógio. Vai se acumulando com as cobranças pelos resultados negativos, a pressão de todos os lados, e
pode explodir de repente, como a
convulsão que Ronaldinho teve na
Copa", disse Regina Brandão.
O mesmo discurso de Suzy
Fleury antes do treino foi usado
por Luxemburgo depois: "Esse
episódio serve para fortalecer ainda mais o time, para o amadurecimento dos jogadores".
"Tivemos dois dias de turbulência, mas agora reencontramos o
espírito que havia feito do Corinthians o líder do campeonato",
concluiu o treinador.
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