São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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No jogo mil do Maracanã, time faz 3 no Flu e espera Fla para o "cai-cai"

Palmeiras desencanta no Rio e recobra a esperança

Marco Antônio Rezende/Folha Imagem
Nenê e Zinho comemoram o primeiro gol do Palmeiras, que obteve no Maracanã sua primeira vitória fora de casa no Brasileiro-2002


DA REPORTAGEM LOCAL

Longe de casa, o Palmeiras finalmente fez a lição de casa. Venceu o Fluminense, no Maracanã, por 3 a 0, saiu da zona de rebaixamento e agora, segundo o Datafolha, só depende de suas próprias forças para permanecer na primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2003.
Com a vitória de ontem, a primeira da equipe fora de casa neste Brasileiro e com a maior margem de gols a seu favor, o time do técnico Levir Culpi subiu da 24ª para a 20ª posição, com 26 pontos. Mas, por pontos perdidos, ainda é o antepenúltimo colocado.
Contudo os palmeirenses foram beneficiados pela tabela, que prevê confrontos do Paraná com o Figueirense e entre Paysandu e Internacional, rivais diretos na luta para não ser rebaixado à Série B do Nacional. Com isso, só precisa vencer seus próximos dois jogos.
O primeiro deles é quarta-feira que vem, contra o Flamengo, outro que luta para não ir à segunda divisão em 2003, no Parque Antarctica, onde a equipe conquistou cinco vitórias até agora no torneio. O confronto derradeiro ocorrerá em Salvador, contra o Vitória, no domingo, dia 17.
A primeira vitória palmeirense fora de casa ocorreu no milésimo jogo no Maracanã em Brasileiros e pôs fim a um período sem triunfos do time fora da cidade de São Paulo pelo Nacional -tabu que vinha desde setembro de 2001.
É o pior retrospecto palmeirense como visitante na história da competição nacional.
O fraco desempenho até fez o técnico do Fluminense, Renato Gaúcho, optar, pela primeira vez no torneio, por uma linha com três atacantes -Magno Alves, Roni e Romário.
No início, parecia que ia dar certo. Os atacantes do Fluminense, em passes rápidos, chegavam com facilidade à área rival.
O problema é que Romário não estava em sintonia com seus companheiros e praticamente não viu a cor da bola.
Para piorar, o Palmeiras, que entrou com uma formação mais tradicional, no esquema 4-4-2, foi, aos poucos, tomando controle da partida. Zinho, que voltou ao time titular, e Juninho, homem de confiança de Levir Culpi, articulavam as ações ofensivas do time.
O primeiro cadenciava mais o jogo, enquanto o segundo dava velocidade à equipe.
Na frente, Itamar e Nenê, com toques de calcanhar, também desajustavam a defesa adversária.
Foi assim que os paulistas quase abriram o placar, aos 8min. Juninho trocou passes com os dois atacantes palmeirenses -Nenê estava impedido-, entrou livre na área, mas chutou torto.
A pressão palmeirense continuou. Mais tarde, aos 22min, Zinho avançou pela intermediária e arriscou para o gol. Antes de entrar para fazer 1 a 0, a bola ainda desviou na defesa rival.
Mas, como vem acontecendo nos jogos em que o time abre vantagem no placar, o Palmeiras recuou após o gol. A sorte dos comandados de Levir Culpi é que o Fluminense, com seus três atacantes, continuou ineficaz.
No segundo tempo, por decisão do departamento médico, Romário foi substituído por Ian.
Apesar da mudança, o panorama do jogo não se alterou. O Fluminense pressionava, mas sem eficiência. O Palmeiras contra-atacava com perigo.
Juninho continuou conduzindo o time paulista e, logo no começo, quase ampliou em um chute de fora da área, desviado pela zaga.
Até que o volante Flávio, aos 12min, em outro arremate de longe, fez 2 a 0. A partir daí, o time do Fluminense desabou. O Palmeiras, pela primeira vez fora de casa, se sentia em casa. E Juninho, o melhor em campo, aos 40min, fez um golaço e selou o triunfo palmeirense no Maracanã.
"Foi nossa melhor partida. Já estava na hora de jogarmos assim", disse o técnico Levir Culpi, eufórico com o resultado.



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