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AUTOMOBILISMO
Prova de Interlagos será bancada por bancos sócios de Ecclestone; emissora terá que renegociar para 2004
TV Globo perde promoção do GP Brasil
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A crise da Globopar Comunicações e Participações respingou na
F-1. A Globo, garantidora de parte
das dívidas da holding, perdeu a
promoção do GP Brasil de 2003
-o direito de organizar e vender
cotas de patrocínio da corrida.
Porém o evento, que será em 6
de abril, não corre risco, assim como a transmissão do Mundial pela emissora. Homem-forte da categoria, Bernie Ecclestone assumiu os custos de organização e os
repassou para bancos parceiros
da Slec, braço comercial da F-1.
Entre essas instituições estariam o Bayerische Landesbank, o
J.P. Morgan Chase e o Lehman
Brothers, que eram avalistas da
KirchMedia e que ficaram com
75% das ações da Slec após a falência do grupo alemão, em abril.
"A Globo está com certas dificuldades. Se reuniu com o Ecclestone e disse que precisava ser um
pouco mais cautelosa. Imediatamente, o Ecclestone disse que poderia garantir a corrida. Ele entendeu essa situação e está dando
uma ajudazinha para o próximo
ano", afirmou Tamas Rohonyi, da
International Promotions, que
havia transferido a promoção da
prova para a Globo há dois anos.
De acordo com ele, o assunto foi
resolvido na semana passada, em
uma reunião rápida em Londres.
"Foi um assunto que levou dois
minutos. A Globo disse que queria limitar a participação dela e
pronto. A corrida está sendo bancada pela Europa. Isso não causou
muito susto, já que o evento é rentável. Nessa turma, US$ 1 milhão a
mais ou a menos não assusta."
Com o acordo, a Globo fica livre
de pagar US$ 21,78 milhões à Slec,
valor fixado para a promoção da
corrida. Em compensação, terá
que sentar com Ecclestone e com
os bancos no ano que vem caso
queira de volta os direitos do GP.
Em um primeiro momento, pelo menos, esse gasto a menos vem
a calhar para a Globo. Na semana
passada, a Globopar anunciou
uma suspensão de pagamentos. O
valor sujeito à medida é de US$ 1,5
bilhão, segundo a holding.
Embora o grupo afirme que a
TV não será afetada pela suspensão temporária dos pagamentos,
o que vem acontecendo, na prática, é uma contenção de despesas
em todas as empresas da família
Marinho. O principal objetivo é
levantar caixa para a Globopar.
Além de sua própria crise, a
Globo tinha outro problema para
resolver: a falta de um patrocinador para a prova. O banco ABN
Amro Real, que apoiou as últimas
corridas em Interlagos, não renovou o acordo para 2003.
"Decidimos readequar alguns
de nossos investimentos em comunicação em 2003 e não mais
faremos a venda de ingressos para
o GP Brasil", informou o banco.
A Central Globo de Comunicação declarou que a emissora nunca foi promotora do GP Brasil.
O site oficial da corrida, porém,
o www.gpbrasil.com.br, tem registrado como responsável o gerente financeiro da Globo São
Paulo, Frederico Borer.
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