São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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AUTOMOBILISMO

Prova de Interlagos será bancada por bancos sócios de Ecclestone; emissora terá que renegociar para 2004

TV Globo perde promoção do GP Brasil

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A crise da Globopar Comunicações e Participações respingou na F-1. A Globo, garantidora de parte das dívidas da holding, perdeu a promoção do GP Brasil de 2003 -o direito de organizar e vender cotas de patrocínio da corrida.
Porém o evento, que será em 6 de abril, não corre risco, assim como a transmissão do Mundial pela emissora. Homem-forte da categoria, Bernie Ecclestone assumiu os custos de organização e os repassou para bancos parceiros da Slec, braço comercial da F-1.
Entre essas instituições estariam o Bayerische Landesbank, o J.P. Morgan Chase e o Lehman Brothers, que eram avalistas da KirchMedia e que ficaram com 75% das ações da Slec após a falência do grupo alemão, em abril.
"A Globo está com certas dificuldades. Se reuniu com o Ecclestone e disse que precisava ser um pouco mais cautelosa. Imediatamente, o Ecclestone disse que poderia garantir a corrida. Ele entendeu essa situação e está dando uma ajudazinha para o próximo ano", afirmou Tamas Rohonyi, da International Promotions, que havia transferido a promoção da prova para a Globo há dois anos.
De acordo com ele, o assunto foi resolvido na semana passada, em uma reunião rápida em Londres.
"Foi um assunto que levou dois minutos. A Globo disse que queria limitar a participação dela e pronto. A corrida está sendo bancada pela Europa. Isso não causou muito susto, já que o evento é rentável. Nessa turma, US$ 1 milhão a mais ou a menos não assusta."
Com o acordo, a Globo fica livre de pagar US$ 21,78 milhões à Slec, valor fixado para a promoção da corrida. Em compensação, terá que sentar com Ecclestone e com os bancos no ano que vem caso queira de volta os direitos do GP.
Em um primeiro momento, pelo menos, esse gasto a menos vem a calhar para a Globo. Na semana passada, a Globopar anunciou uma suspensão de pagamentos. O valor sujeito à medida é de US$ 1,5 bilhão, segundo a holding.
Embora o grupo afirme que a TV não será afetada pela suspensão temporária dos pagamentos, o que vem acontecendo, na prática, é uma contenção de despesas em todas as empresas da família Marinho. O principal objetivo é levantar caixa para a Globopar.
Além de sua própria crise, a Globo tinha outro problema para resolver: a falta de um patrocinador para a prova. O banco ABN Amro Real, que apoiou as últimas corridas em Interlagos, não renovou o acordo para 2003.
"Decidimos readequar alguns de nossos investimentos em comunicação em 2003 e não mais faremos a venda de ingressos para o GP Brasil", informou o banco.
A Central Globo de Comunicação declarou que a emissora nunca foi promotora do GP Brasil.
O site oficial da corrida, porém, o www.gpbrasil.com.br, tem registrado como responsável o gerente financeiro da Globo São Paulo, Frederico Borer.


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