São Paulo, quinta-feira, 07 de novembro de 2002

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FUTEBOL

Comissão da Câmara descarta nova edição de medida provisória e acelera projeto relatado por petista

PT fala em vetar mais uma vez MP e já aprova estatuto

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhuma medida provisória sobre futebol que seja reeditada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso terá o apoio dos deputados -ainda- de oposição.
Um dia depois da MP39 ser rejeitada no plenário da Câmara, foi aprovado em comissão especial o projeto de lei que institui o Estatuto do Desporto, documento que deverá ser o norte da política esportiva do governo do PT. O projeto 4874/2001 já entrou na fila de votação do plenário.
"O PT acha que futebol é esporte, não que esporte é futebol, como fez FHC em seu governo. Não podemos impedi-lo de reeditar uma MP para o futebol, mas ela será rejeitada no Congresso. O PT quer o Estatuto do Desporto, que abrange tudo o que a MP39 dizia e ainda atinge o esporte educacional", disse o deputado Gilmar Machado (PT-MG), relator do projeto e indicado pela liderança de seu partido para responder às questões referentes ao esporte.
A aprovação do estatuto ontem em uma das comissões especiais da Câmara coincidiu com a articulação dos tucanos para que uma nova medida provisória seja editada com alguns novos artigos, como o que regulamenta o direito de imagem dos jogadores e dificulta a saída do país de atletas com menos de 20 anos.
Os próprios deputados do PSDB haviam concordado que o texto de conversão da MP39, relatado por Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), deveria ser vetado para que um novo projeto, baseado na proposta do Ministério do Esporte, fosse editado pelo presidente da República. Mas o PT diz que a medida pode ser "inócua".
"Agora é Lula. Este governo acha que, em vez de entrar na disputa dos clubes de futebol, devemos pensar na educação das crianças. O dinheiro público para o setor tem que ir para as crianças de escolas públicas, para os esportes amadores e para o futebol. Se a Petrobras quiser patrocinar o Flamengo, tudo bem, mas tem que ter dinheiro para financiar projetos sociais também. O Banco do Brasil também", disse Machado, que relatou o projeto de lei de autoria do tucano Sílvio Torres.
Procurado pela Folha, o secretário-executivo do Ministério do Esporte, José Luiz Portella, não foi encontrado. O líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA), não respondeu aos recados.


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