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FUTEBOL
Uma vitória devastadora
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
Nem tinha um minuto de
jogo e o Santos, com uma
dupla de zaga risível, entregou o
primeiro gol para Rosinei combinar com Tevez e receber de volta
para abrir o marcador.
O Santos ainda empatou porque a defesa do Corinthians se recusava a subir nas bolas alçadas
em sua área. Mas foi só.
Rosinei recebeu outro presente
da zaga e deu para Carlitos Tevez
fazer 2 a 1, como fez 3 e 4 a 1, esse
último quando o Santos só tinha
dez atletas, graças à justa expulsão de Rogério. Nilmar fez mais
dois, Marcelo Mattos mais um, e
o Corinthians arrasou um Santos
mal escalado, desanimado, destroçado e, diga-se, leal, porque
soube ser goleado sem apelar.
A diferença do Corinthians para os outros está na frente, em Tevez e Nilmar, porque os demais
são como os demais de todos os
concorrentes. Sim, nem defesa
nem meio-campo do time (ainda
mais sem Roger) se distinguem,
mas a dupla de ataque é infernal.
Dupla que estará desfeita no
próximo jogo, contra o Coritiba,
em Curitiba, quando o líder do
Brasileirão estará sem Carlitos
Tevez, na seleção da Argentina
que jogará amistosamente contra
a da Inglaterra, só para que o corintiano tenha uma idéia da raiva que sentem os torcedores do
Real Madrid, do Barcelona, do
Milan, quando vêm os brasileiros
se desgastarem em amistosos caça-níqueis. E olhe que lá os campeonatos páram em datas Fifa.
Menos mal, para o Corinthians,
que Jô voltou e que, se sete é conta
de mentiroso, o 7 a 1 histórico parece coisa de tetracampeão.
Rodrigo Bueno tem razão ao valorizar as competições internacionais. E é inegável que a Copa Sul-America pode pegar. Principalmente se, a exemplo da Copa da
Uefa, que é disputada paralelamente à Copa dos Campeões da
Europa, for realizada com a Libertadores. E com clubes diferentes, algo que não tem apoio entre
os argentinos, por causa de Boca
Jrs. e River Plate, que querem jogar tudo, sempre. E os argentinos
mandam no futebol sul-americano, auxiliados pela língua.
Mas não nos iludamos com o
sonho do reconhecimento internacional. Se nem a Libertadores
dá aos clubes deste lado do mundo o reconhecimento necessário
na Europa e na Ásia (que só tem
olhos para os europeus, graças ao
marketing), que dirá a Sul-Americana, cuja conquista significa
pouco até por aqui. Ou alguém
sairia de casa para ver o Cienciano, de Cuzco, primeiro campeão
da Copa? Ou até o Once Caldas,
que ganhou a Libertadores?
Nem mesmo o título mundial
de clubes internacionaliza para
valer nossos campeões. No máximo chama mais a atenção para
que se tire algum atleta menos
badalado para o mercado exterior. E isso acontece porque nosso
calendário se imagina o único
com o passo certo no planeta.
Imagine que o São Paulo venha
a ser tri mundial. A festa será
grande e ponto. Porque o tricolor
não poderá, por exemplo, excursionar pela Europa para exibir
seu time. Não haverá datas...
Bela idéia
Será lançado hoje, no Salão Nobre do Pacaembu, o Museu do
Futebol, idéia do prefeito José
Serra que merece aplauso. Com
apoio da Fundação Roberto
Marinho e da CBF, o dito país
do futebol terá seu primeiro
museu digno do nome para o
esporte mais popular. Aleluia!
De saída
Não será surpresa para esta coluna se a AmBev desembarcar
em breve (sem trocadilho) do
patrocínio da seleção. A CBF já
procura um novo parceiro.
Revisionismo
Querer apagar as pedaladas de
Robinho para cima de Rogério
na final do Brasileirão-02, como o "Estadão" revelou, é parecido a tirar da história que Andrada ficou famoso mesmo por
ser o goleiro do gol 1000 de Pelé.
blogdojuca@uol.com.br
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