|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
luta de classes
Nanicos querem piso para Lei Piva
Confederações reclamam de concentração de verba em seis modalidades e pedem mínimo para todos, hoje, no COB
Com mais recursos, vôlei, atletismo e natação têm 7 pódios em Pequim, contra um de pequenas; COB prevê divisão de cotas por méritos
EDUARDO ARRUDA
EDUARDO OHATA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Confederações de esportes
olímpicos nanicas apresentam
hoje um pacote de reivindicações, em assembléia do COB,
no Rio, que debaterá pela primeira vez reforma nos critérios
da divisão da verba da Lei Piva.
Entre as sugestões, estão a fixação de um piso de R$ 2 milhões por ano e redução da verba a confederações que já contam com patrocínio estatal. O
argumento é de que um grupo
de seis modalidades -atletismo, esportes aquáticos, basquete, vôlei, ginástica e handebol - concentra o dinheiro da
União. Falam em mais de 80%.
Na realidade, o número é um
pouco inferior. Levantamento
da Folha mostra que sete esportes -inclui o judô que tem
investimento menor - levam
79% das verbas, considerados o
patrocínio estatal e a Lei Piva.
Só que atletismo, vôlei e natação, que têm dinheiro de estatais e 4% cada da Lei Piva, obtiveram sete medalhas olímpicas em Pequim-2008. O basquete ficou fora com os homens e fracassou no feminino.
E o COB divulgou que a intenção é distribuir a verba por
meritocracia -os critérios começam a ser definidos hoje.
Outros cinco pódios foram
ganhos por esportes com nível
médio de investimento, judô e
vela. E os nanicos levaram uma
medalha com o taekwondo.
"Tenho direito a 2,5% por
ano da verba da Lei Piva. Se não
consigo fazer tudo o que preciso com isso, imagine quem recebe só 1%? Não vão conseguir
nunca uma medalha olímpica",
argumenta Alaor Azevedo, presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.
Na sua proposta, quem já recebe valor igual ou superior a
R$ 2 milhões de patrocínio estatal não teria direito a levar
parte da verba da Lei Piva até
que todas atingirem o piso.
O discurso de Azevedo encontra ecos. ""Esse critério de
meritocracia pode acabar prejudicando confederações de
modalidades menos populares", analisa Celso Wolf Júnior,
presidente da Confederação
Brasileira de Badminton.
Outro ponto criticado é a falta de critérios. ""Quis saber como a verba era dividida. "Tem
que levar medalha no Pan", disseram. Ganhamos pela primeira vez, evoluímos, e nosso quinhão não mudou" diz Wolf Jr.
Até hoje, o COB determinava
sozinho quanto de dinheiro cada confederação recebia. E
nunca criou regras claras para
essa divisão.
Diversos dirigentes, por
exemplo, acreditavam que haveria incremento se tivessem
um campeão mundial. Mas
pouco mudou para o taekwondo, mesmo após Natália Falavigna se tornar melhor.
Outros dois dirigentes de
confederações apóiam o pleito
do piso mínimo, mas preferem
o anonimato.
Há apoio a discussão entre
uma das confederações ricas.
""Tem que ser algo equilibrado.
Pode-se ver um meio-termo
[entre cota fixa e mérito]", diz
Roberto Gesta de Melo, da
Confederação Brasileira de
Atletismo, que defende ajuda
as modalidades pobres.
Mas a maioria, como vôlei e
basquete, evitou se pronunciar
sobre o assunto. Só vão tomar
posição na reunião do COB.
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Saiba mais: Incentivo é fonte de verba desde 2001 Índice
|