São Paulo, domingo, 07 de novembro de 2010

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Preço da glória da Red Bull é alto

F-1
Empresa de energéticos vive queda no faturamento quando alcança êxito esportivo

PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE

O "brinquedo" do bilionário austríaco Dietrich Mateschitz pode se consagrar hoje em Interlagos. Mas a conta para isso é tão alta que a celebração será mais contida.
O dono da indústria de bebidas energéticas que fez do marketing, especialmente no esporte, sua principal estratégia, tem hoje a chance de comemorar, em Interlagos, o título do Mundial de Construtores da F-1, apenas no sexto ano da equipe que leva o nome de sua empresa.
Faltando duas etapas para o término da temporada, a Red Bull lidera entre os construtores com 27 pontos de vantagem sobre a McLaren e 52 em relação à Ferrari.
Uma dobradinha hoje no circuito paulistano assegura matematicamente o título. Feito factível, já que Sebastian Vettel larga em segundo, e Mark Webber, em terceiro.
Conquista que chega em um momento cheio de interrogações no projeto esportivo de Dietrich Mateschitz.
A gastança desenfreada sempre fez dobradinha com aumentos anuais de dois dígitos na venda de energético.
Mas a crise mundial e a concorrência no bilionário mercado americano, onde as gigantes Coca-Cola e Pepsi lançaram produtos similares, fez as vendas da Red Bull caírem 1% no ano passado. Em 2010, o cenário caminha para um destino semelhante.
Queda de faturamento ao mesmo tempo em que o investimento na F-1 dispara.
Só no ano passado, e apenas na equipe principal (a Red Bull também comanda a Toro Rosso), a empresa investiu 123 milhões (quase R$ 300 milhões), um aumento superior a 50% em relação à temporada de 2008.
A equação menos vendas e mais despesas acendeu o alerta vermelho para Mateschitz, que se prepara para reduzir os custos na principal categoria do automobilismo.
A primeira medida para conter os gastos deve ser a venda da Toro Rosso, que ele nega, mas que a empresa europeia dá como certa.
Nesse caso, o mais importante é a licença que a equipe tem para competir, com valor estimado em 40 milhões (quase R$ 100 milhões).
Outra medida estudada é mais polêmica. O empresários austríaco pode comercializar os "naming rights" da sua principal equipe para outra empresa, em negócio estimado em cerca de R$ 90 milhões por temporada.
No GP Brasil, a Red Bull, que antes era marca quase solitária na carenagem de seus carros, já divide o espaço com outros anunciantes.
Para a etapa no circuito de Interlagos, uma empresa de televisão por assinatura que opera no Brasil estampa sua logomarca nos carros do alemão Sebastien Vettel e do australiano Mark Webber.
Para aumentar seu faturamento, a Red Bull também vai começar a fornecer peças para equipes pequenas, como a Lotus, a partir de 2011.


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