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Preço da glória da Red Bull é alto
F-1 Empresa de energéticos vive queda no faturamento quando alcança êxito esportivo
PAULO COBOS
EDITOR-ASSISTENTE DE ESPORTE
O "brinquedo" do bilionário austríaco Dietrich Mateschitz pode se consagrar hoje
em Interlagos. Mas a conta
para isso é tão alta que a celebração será mais contida.
O dono da indústria de bebidas energéticas que fez do
marketing, especialmente no
esporte, sua principal estratégia, tem hoje a chance de
comemorar, em Interlagos,
o título do Mundial de Construtores da F-1, apenas no
sexto ano da equipe que leva
o nome de sua empresa.
Faltando duas etapas para
o término da temporada, a
Red Bull lidera entre os construtores com 27 pontos de
vantagem sobre a McLaren e
52 em relação à Ferrari.
Uma dobradinha hoje no
circuito paulistano assegura
matematicamente o título.
Feito factível, já que Sebastian Vettel larga em segundo,
e Mark Webber, em terceiro.
Conquista que chega em
um momento cheio de interrogações no projeto esportivo de Dietrich Mateschitz.
A gastança desenfreada
sempre fez dobradinha com
aumentos anuais de dois dígitos na venda de energético.
Mas a crise mundial e a
concorrência no bilionário
mercado americano, onde as
gigantes Coca-Cola e Pepsi
lançaram produtos similares, fez as vendas da Red Bull
caírem 1% no ano passado.
Em 2010, o cenário caminha
para um destino semelhante.
Queda de faturamento ao
mesmo tempo em que o investimento na F-1 dispara.
Só no ano passado, e apenas na equipe principal (a
Red Bull também comanda a
Toro Rosso), a empresa investiu 123 milhões (quase
R$ 300 milhões), um aumento superior a 50% em relação
à temporada de 2008.
A equação menos vendas e
mais despesas acendeu o
alerta vermelho para Mateschitz, que se prepara para reduzir os custos na principal
categoria do automobilismo.
A primeira medida para
conter os gastos deve ser
a venda da Toro Rosso, que
ele nega, mas que a empresa
europeia dá como certa.
Nesse caso, o mais importante é a licença que a equipe
tem para competir, com valor
estimado em 40 milhões
(quase R$ 100 milhões).
Outra medida estudada é
mais polêmica. O empresários austríaco pode comercializar os "naming rights"
da sua principal equipe para
outra empresa, em negócio
estimado em cerca de R$ 90
milhões por temporada.
No GP Brasil, a Red Bull,
que antes era marca quase
solitária na carenagem de
seus carros, já divide o espaço com outros anunciantes.
Para a etapa no circuito de
Interlagos, uma empresa de
televisão por assinatura que
opera no Brasil estampa sua
logomarca nos carros do alemão Sebastien Vettel e do
australiano Mark Webber.
Para aumentar seu faturamento, a Red Bull também
vai começar a fornecer peças
para equipes pequenas, como a Lotus, a partir de 2011.
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