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Sugestões para um novo futebol
JOSÉ ROBERTO TORERO
da Equipe de Articulistas
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A crônica que escrevi no Dia
das Bruxas, sobre a necessidade
de mudarmos algumas das regras do futebol, repercutiu entre
os leitores. Recebi vários e-
mails e dividi as idéias entre
aproveitáveis e absurdas. Hoje,
na medida em que o espaço permitir, citarei algumas das
idéias aproveitáveis. Terça-feira será o dia das absurdas.
Ricardo Esparta volta ao tema do limite de faltas em 15 por
equipe, mas acrescenta uma
novidade: em vez do tiro da
meia-lua, ele sugere a expulsão
do jogador mais faltoso até então. Ele também propõe, para
combater a violência, que o jogador que causar uma contusão
grave fique de quarentena até a
recuperação do companheiro
de profissão. Concordo, mas devemos ter um júri para resolver
questões complicadas, porque
às vezes a contusão é fruto de
uma jogada sem má intenção.
Roberto Leon, na esteira do
basquete, sugere que um jogador substituído possa voltar a
campo. Segundo ele, além de
servir para descansar os atletas,
a medida daria chance para o
treinador passar instruções táticas sem precisar ficar berrando à beira do campo.
Também inspirado no basquete, Sérgio Velloso acha que
as equipes deveriam ter um
tempo mínimo para ultrapassar o meio do campo e, feito isso, não poderiam mais recuar a
bola para o campo de defesa.
Valeria a pena tentar.
Indo mais além, ele dá a sugestão de se eliminar a pequena
e a grande área, ficando o campo dividido só por três grandes
porções. Qualquer falta dentro
da grande linha de defesa seria
considerada pênalti. O tiro fatal
seria dado da mesma distância
de hoje. Como ele próprio diz,
parece outro esporte, mas não
deixa de ser interessante.
Juvêncio Mazzarollo argumenta que, a exemplo do vôlei,
a bola só seja considerada fora
de jogo quando tocar o chão.
Isso faria, com certeza, o jogo
ficar mais rápido, porque, para
evitar a parada de um lateral,
os jogadores se esforçariam para repor a bola em jogo. Naturalmente as placas de publicidade teriam que ser recuadas.
Tal idéia também valeria para os escanteios, passando a valer a cobrança em curva pelo lado de fora. Aí, concordo, teríamos jogadas realmente mortais.
Mas a mais detalhada de todas as propostas foi a de Armando Silveira, que, num documento de oito páginas, apresenta uma série de sugestões
para dinamização do futebol
baseadas no princípio simples
de que o objetivo do esporte é a
marcação de gols e não o seu
impedimento.
Não poderei fazer jus ao seu
estudo, mas cito algumas passagens como a cronometragem do
jogo em dois tempos de 30 minutos de bola corrida, a liberação do número de substituições,
a divisão do campo em quatro
zonas (sem possibilidade, na jogada de ataque, de recuo de bola para a zona antecedente) e o
fim do impedimento.
De modo geral, essas propostas revelam um descontentamento com relação ao atual código de leis do futebol. A grande
maioria dos leitores quer a coibição da violência e regras que
façam o jogo ficar rápido e interessante. Se os cartolas vão se
importar ou não, não sei. Porém essa insatisfação merece
ser levada em conta pelos dirigentes. Mas talvez eles prefiram
as sugestões da próxima terça.
˛
José Roberto Torero escreve às terças e sábados
˛
E-mail: torero@uol.com.br
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