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O PERSONAGEM
Meia-atacante diz que a "agonia está acabando'
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
da Reportagem Local
O meia-atacante Marcelinho,
27, demonstrou ontem confiança em ser reintegrado em breve
ao time do Corinthians.
Segundo ele, diretores do clube
estão apoiando sua volta à equipe, da qual foi desligado após
discutir com o técnico Wanderley Luxemburgo. "Hoje (ontem)
foi meu dia mais feliz desde que
essa crise toda começou. As coisas estão caminhando, e minha
agonia está acabando", afirmou.
Ainda assim, Marcelinho demonstrou nervosismo ao ser
questionado sobre o possível pedido de desculpas que teria de fazer aos demais jogadores.
"Quem tem que decidir alguma
coisa é o Wanderley, não os outros jogadores", afirmou.
Pergunta - O Gamarra quer que
você peça desculpas na frente de
todos os jogadores para poder
ser aceito de novo pelo grupo.
Você aceitaria fazer isso?
Marcelinho - Quem tem que decidir alguma coisa é o Wanderley, não é o Gamarra, nem são os
outros jogadores. O Wanderley é
o comandante. Vou fazer o que
for melhor para o grupo, mas
não adianta forçar uma situação,
simular alguma coisa, só para
fingir que está tudo bem.
Eu faço o que o Wanderley
manda, porque ele é o meu comandante, é o comandante do
Gamarra e de todos os outros.
Pergunta - Se você for pedir
desculpas para o grupo, o que irá
dizer?
Marcelinho - Veja bem: eu sempre segui a filosofia do Wanderley. Estou desde janeiro dentro
da filosofia do Wanderley, ninguém tem nada para falar de
mim...
Pergunta - Mas houve um incidente, como você faz questão de
dizer, e por ele você deve alguma
explicação...
Marcelinho - Vocês querem jogar um contra o outro. Querem
criar crise, quando a situação do
grupo está boa. Não vou falar sobre algo que ocorreu há 14 dias.
Por que vocês não perguntam
sobre minha disciplina no campo? Antes eu recebia amarelos,
vermelhos... Agora não, porque
o Wanderley me disciplinou. Ele
é o homem que me levou à seleção. Devo muito a ele.
As pessoas são muito maldosas, inventam um montão de inverdades. Procuro nem ler jornais para não me irritar.
Pergunta - Você teve uma reunião com o diretor Luiz Henrique
de Menezes para tratar de sua
ida a Atibaia?
Marcelinho - Não posso falar,
mas foi mais uma conversa do
que uma reunião. As coisas estão
caminhando muito bem. Hoje
foi meu dia mais feliz desde que
essa crise toda começou. Quem
pode falar é o Wanderley.
Pergunta - Mas você está mais
perto de Atibaia?
Marcelinho - Acho que sim. Vocês são inteligentes e sacam o que
está acontecendo ou prestes a
acontecer...
Pergunta - Você teve contatos
com diretores ou jogadores?
Marcelinho - Com os diretores
sim, estamos conversando, eles
querem que eu volte, mas vamos
deixar a coisa fluir naturalmente.
Com os jogadores, eu vejo os recados deles mais pela televisão.
Eles não me ligam para falar de
crise porque o Corinthians vive
um bom momento, e ninguém
gosta de falar de coisa ruim. O
importante é que as coisas estão
clareando, e minha agonia está
acabando.
Pergunta - Quando você volta a
treinar?
Marcelinho - Amanhã (hoje), às
8h da manhã, aqui no Parque São
Jorge.
Pergunta - Esse treino já não
pode ser em Atibaia?
Marcelinho - Depende do Wanderley. O que ele determinar, eu
acato. Dentro da linha do profissionalismo que ele implantou,
ninguém pode reclamar. Fui punido e durante os 14 dias treinei
sem deixar de cumprir minhas
responsabilidades com o clube.
Pergunta - Como é que estão
sendo esses dias de isolamento?
Marcelinho - Estou muito concentrado no meu trabalho. Mas
vivo um drama muito grande,
porque estou querendo voltar
para o grupo. É difícil você ficar
14 dias calado, só trabalhando, o
tempo inteiro trancado dentro
de casa.
Pergunta - Se o Wanderley Luxemburgo fosse colocá-lo para
jogar amanhã, por 90 minutos,
você teria condições?
Marcelinho - Não sei, pois não
fiz um coletivo nesses 14 dias.
Não sei se aguento 90 minutos.
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