São Paulo, sábado, 7 de novembro de 1998

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VÔLEI
Seleção feminina terá de pagar US$ 3.000 por não seguir a determinação da federação de vestir "macaquinhos"
Brasil é multado por uniforme "largo'


da Reportagem Local

A seleção feminina de vôlei volta a ter problemas por conta do uniforme. Desta vez, às avessas.
A FIVB (Federação Internacional de Vôlei) multou o Brasil em US$ 3.000 por usar camisas folgadas demais no Mundial do Japão.
Pelo mesmo mesmo motivo -e no mesmo valor-, foram multadas as seleções da Bulgária, Croácia, Itália e Rússia, todas classificadas para a segunda fase do torneio.
As punições foram aplicadas a partir do argumento de que as equipes não seguiram a determinação de usarem modelos mais justos e aderentes ao corpo.
A resolução, adotada no início do ano "para que o esporte busque uma específica e atrativa imagem", foi ratificada no congresso técnico antes do Mundial. Ela vale para as seleções dos dois sexos.
Dois meses atrás, as jogadoras brasileiras precisaram de autorização da FIVB para disputar o Grand Prix com o modelo convencional (sunga e camisa).
As brasileiras se recusavam a jogar com o modelo "macaquinho" -em peça única- por o considerarem desconfortável e apelativo.
O macaquinho, que entre as brasileiras recebeu o apelido de "É o Tchan" (em alusão às dançarinas do grupo baiano), é um dos modelos sugeridos pela federação -o outro é um uniforme em duas peças semelhante ao usado pelas jogadoras de vôlei de praia.
As aparições de seleções como Cuba e Peru -que seguiram à risca as sugestões de uniforme- no Mundial aprofundaram mais ainda as acusações de que a FIVB adotou o caminho do apelo sexual para promover o esporte.
Torcedores e as próprias jogadoras das duas equipes reclamaram da vestimenta. A federação internacional se defende.
Ontem, ao mesmo tempo em que anunciou as punições às cinco seleções, emitiu comunicado rechaçando a possível opção apelativa. "Esses ataques ofendem a entidade que tradicionalmente defende os interesses do vôlei feminino."
A seleção brasileira, que jogaria hoje contra a Holanda na abertura da segunda fase do torneio, em Nagoya, a princípio continuará usando o mesmo uniforme (o único modelo levado na bagagem).
De acordo com a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), a delegação foi apenas notificada da multa.
Se essa conduta for adotada também no Mundial masculino, a partir do dia 13, a seleção masculina também terá problemas. Apesar de a CBV informar que os uniformes dos brasileiros foram aprovados, eles não seguem a indicação de não terem mangas e serem confeccionados em tecidos aderentes.
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Com agências internacionais


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