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Com Parreira e Leão, torneio coloca holofotes da decisão nos treinadores depois de três anos
Brasileiro vê ressurreição dos supertécnicos na final
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três anos, o Campeonato Brasileiro volta a ter uma decisão com supertécnicos.
No lugar de estreantes, como o
então corintiano Oswaldo de Oliveira em 1999, quase anônimos,
como o atleticano Humberto Ramos, também em 1999, e nomes
que não estamparam as manchetes na década passada, como Geninho e Jair Picerni em 2001, a final entre Corinthians e Santos vai
reunir dois dos nomes mais famosos da prancheta no país.
Carlos Alberto Parreira, 59, e
Emerson Leão, 53, já dirigiram a
seleção brasileira e conquistaram
o Nacional, sendo que o segundo
também como jogador.
Só em 1991, com o próprio Parreira, então no Bragantino, e Telê
Santana, do São Paulo, uma final
do certame teve dois ex-treinadores da seleção e dois ex-campeões
nacionais enfrentando-se.
Leão e Parreira estão no grupo
de treinadores que ofuscam jogadores famosos e recebem tratamento diferenciado.
Durante a Copa, o Corinthians,
por exemplo, deu folga para seu
treinador, que está nos planos da
CBF para assumir novamente a
seleção, acompanhar o torneio na
Ásia. No Santos, Leão está no topo
do ranking de salários.
Com prestígio, os dois trabalham com uma comissão técnica
formada por homens de confiança. Parreira trouxe o preparador
físico Moraci Sant'Anna, com
quem formou dupla na seleção
brasileira e em vários clubes.
Já Leão não abriu mão de Pedro
Santilli, que foi seu preparador de
goleiros no time nacional.
Apesar de personalidades diferentes -um aposta na diplomacia e outro tem um estilo quase
militar de mandar-, Parreira e
Leão, os mais procurados para
entrevistas após treinos e jogos,
comandam tudo em seus clubes.
Por preferência de seu treinador, o Corinthians já trocou o Pacaembu pelo Morumbi em vários
confrontos importantes.
No clube do litoral, Leão influencia até no local de concentração. Ele também critica a diretoria
com frequência. Agora, por
exemplo, está irritado com a não-marcação de um dos jogos da final para o estádio da Vila Belmiro.
A figura do supertécnico surgiu
com força no país nos anos 90.
Começou com Telê Santana e teve
seu auge com Wanderley Luxemburgo, que assumiu até a função
de "manager" no Corinthians.
Com tanta fama e poder, passaram a receber salários antes reservados apenas para grandes jogadores. Luiz Felipe Scolari, por
exemplo, chegou a ganhar mais
de R$ 300 mil mensais no Cruzeiro, seu último emprego antes de
assumir a seleção e levar o penta.
A crise financeira fez com que
muitos ficassem desempregados,
como o próprio Luxemburgo.
Agora, com o sucesso de Scolari
na seleção e a definição dos finalistas do Brasileiro, ganham fôlego para voltarem ao topo.
O duelo entre Corinthians e
Santos também será um confronto entre professor e aluno.
Leão foi jogador de Parreira na
seleção em 1983. O atual comandante corintiano chamou então o
goleiro, esquecido por Telê no
Mundial da Espanha, para ser o titular na sua primeira passagem
pela seleção brasileira.
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