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FUTEBOL
Com ajuda de psicóloga, atacante afirma que está mais racional e espera boa relação com treinador do Palmeiras
Zen, Edmundo aceita banco e elogia Leão
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Edmundo que deixou o Palmeiras é bem diferente do Edmundo que agora volta para jogar
a temporada de 2006.
O atacante afirma que desde
2003 faz análise com psicóloga e
que isso o tem ajudado a ser mais
racional e compreensivo.
Com contrato de um ano, Edmundo diz que espera uma convivência ótima e tranqüila com
Emerson Leão e que, se o técnico
determinar, ele aceita ser reserva.
Folha - Você começou o ano aposentado e vai terminá-lo contratado por um clube grande. Como encara essa reviravolta?
Edmundo - Isso prova para mim
mesmo que, com um mínimo de
dedicação e focando um objetivo,
ainda posso fazer muita coisa. A
palavra principal é foco. É pensar
exclusivamente no futebol.
Folha - Você tem dito que mudou.
Como foi essa mudança?
Edmundo - Depois da minha saída polêmica do Cruzeiro [em
2002], comecei a analisar algumas
coisas. Antes, eu fazia as coisas
por impulso. E também eu comecei a perceber que precisava fazer
algo para que meus filhos tivessem o pai como exemplo.
Folha - Procurou ajuda?
Edmundo - Eu fui a quatro ou
cinco analistas antes de conhecer
a Eda, que é a minha analista hoje.
Eu estou com ela desde de 2003, e
ela me ajudou muito. Perdi muito
da minha culpa, eu me culpava
por muita coisa. Eu não aceitava
certas coisas que hoje já admito.
Cabe a mim fazer coisas boas para
serem ditas coisas boas. Não
adianta eu me irritar.
Folha - Como foi disputar o Brasileiro por uma equipe que entra sem
pretensão ao título?
Edmundo - É bem mais difícil.
Não tem muita cobrança, mas é
muito difícil pela pressão psicológica. O Figueirense é de um Estado [SC] que não tem muita força
no futebol, e as pessoas não respeitam muito. Mas é um clube sério, que respeita seus profissionais, que tem uma boa estrutura.
E isso conta no dia a dia.
Folha - Qual o seu objetivo no Palmeiras em 2006?
Edmundo - Em razão de Corinthians e São Paulo estarem bem, o
Palmeiras também tem que estar.
E estar bem é conquistar títulos. A
intenção inicial é a de ganhar pelo
menos um.
Folha - Como acha que será o seu
relacionamento com Leão?
Edmundo - Pela conversa que tive com ele, vai ser ótimo. Vai ser
fácil e tranqüilo porque ele foi
muito sincero, duro até. Ele pediu
responsabilidade, profissionalismo, dedicação. E falou: "Não quero nada diferente, você pode fazer
o que quiser, só que horário é horário, comportamento é comportamento, e eu vou cobrar".
Folha - E se ele falar que você tem
que ficar no banco. Você aceita?
Edmundo - Claro! Quem se escala é o jogador. Técnico não escala
ninguém. Ele vai botar o melhor
que ele está vendo no dia a dia. Se
eu for o melhor, vou jogar. Se não,
estarei feliz da mesma maneira.
Folha - Por que aceitou um contrato sem multa rescisória?
Edmundo - Porque eu nunca fui
preso a dinheiro. O contrato que
estou fazendo é ótimo, estou feliz,
mas já fiz outros dez vezes melhor. Mas é mais importante eu
estar no Palmeiras do que ganhar
dinheiro. Se der certo, vai ser maravilhoso para todos. Se der errado, que isso possa ser desfeito.
Folha - É sua última cartada?
Edmundo - Esse negócio de última...No ano passado, pensei em
parar porque não joguei bem,
mas depois vi que gosto de jogar,
de ir para o campo.
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