São Paulo, quarta-feira, 07 de dezembro de 2005

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FUTEBOL

Com ajuda de psicóloga, atacante afirma que está mais racional e espera boa relação com treinador do Palmeiras

Zen, Edmundo aceita banco e elogia Leão

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Edmundo que deixou o Palmeiras é bem diferente do Edmundo que agora volta para jogar a temporada de 2006.
O atacante afirma que desde 2003 faz análise com psicóloga e que isso o tem ajudado a ser mais racional e compreensivo.
Com contrato de um ano, Edmundo diz que espera uma convivência ótima e tranqüila com Emerson Leão e que, se o técnico determinar, ele aceita ser reserva.
 

Folha - Você começou o ano aposentado e vai terminá-lo contratado por um clube grande. Como encara essa reviravolta?
Edmundo -
Isso prova para mim mesmo que, com um mínimo de dedicação e focando um objetivo, ainda posso fazer muita coisa. A palavra principal é foco. É pensar exclusivamente no futebol.

Folha - Você tem dito que mudou. Como foi essa mudança?
Edmundo -
Depois da minha saída polêmica do Cruzeiro [em 2002], comecei a analisar algumas coisas. Antes, eu fazia as coisas por impulso. E também eu comecei a perceber que precisava fazer algo para que meus filhos tivessem o pai como exemplo.

Folha - Procurou ajuda?
Edmundo -
Eu fui a quatro ou cinco analistas antes de conhecer a Eda, que é a minha analista hoje. Eu estou com ela desde de 2003, e ela me ajudou muito. Perdi muito da minha culpa, eu me culpava por muita coisa. Eu não aceitava certas coisas que hoje já admito. Cabe a mim fazer coisas boas para serem ditas coisas boas. Não adianta eu me irritar.

Folha - Como foi disputar o Brasileiro por uma equipe que entra sem pretensão ao título?
Edmundo -
É bem mais difícil. Não tem muita cobrança, mas é muito difícil pela pressão psicológica. O Figueirense é de um Estado [SC] que não tem muita força no futebol, e as pessoas não respeitam muito. Mas é um clube sério, que respeita seus profissionais, que tem uma boa estrutura. E isso conta no dia a dia.

Folha - Qual o seu objetivo no Palmeiras em 2006?
Edmundo -
Em razão de Corinthians e São Paulo estarem bem, o Palmeiras também tem que estar. E estar bem é conquistar títulos. A intenção inicial é a de ganhar pelo menos um.

Folha - Como acha que será o seu relacionamento com Leão?
Edmundo -
Pela conversa que tive com ele, vai ser ótimo. Vai ser fácil e tranqüilo porque ele foi muito sincero, duro até. Ele pediu responsabilidade, profissionalismo, dedicação. E falou: "Não quero nada diferente, você pode fazer o que quiser, só que horário é horário, comportamento é comportamento, e eu vou cobrar".

Folha - E se ele falar que você tem que ficar no banco. Você aceita?
Edmundo -
Claro! Quem se escala é o jogador. Técnico não escala ninguém. Ele vai botar o melhor que ele está vendo no dia a dia. Se eu for o melhor, vou jogar. Se não, estarei feliz da mesma maneira.

Folha - Por que aceitou um contrato sem multa rescisória?
Edmundo -
Porque eu nunca fui preso a dinheiro. O contrato que estou fazendo é ótimo, estou feliz, mas já fiz outros dez vezes melhor. Mas é mais importante eu estar no Palmeiras do que ganhar dinheiro. Se der certo, vai ser maravilhoso para todos. Se der errado, que isso possa ser desfeito.

Folha - É sua última cartada?
Edmundo -
Esse negócio de última...No ano passado, pensei em parar porque não joguei bem, mas depois vi que gosto de jogar, de ir para o campo.


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