São Paulo, segunda-feira, 07 de dezembro de 2009

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JUCA KFOURI

Ficou melhor assim


Terminou a hegemonia de cinco anos do futebol paulista, e a Libertadores terá times dos quatro centros

DEU CERTO . O Flamengo ficou com o hexacampeonato brasileiro que mereceu, e o futebol brasileiro será representado pelos quatro maiores centros do esporte no país, a saber: São Paulo, com dois times, Rio, Rio Grande do Sul e Minas, com um cada um.
O Flamengo, afinal, não tem nada a ver com a maliciosa preguiça corintiana nem com o interessado desinteresse gremista. Além do mais, o Flamengo seria favorito contra o Corinthians, no Brinco de Ouro, e ainda mais contra o Grêmio, no Maracanã.
Porque os paulistas vinham de derrotas acachapantes e os gaúchos só deram vexame fora de casa.
O 2 a 1 do Maracanã, numa partida tensa, deveu-se muito mais à ansiedade rubro-negra e ao brio dos meninos gaúchos. Brio que sobrou ao Fluminense, capaz de fechar com chave de ouro a sua sobrevivência na casa do Coritiba, que chora mais uma queda em pleno centenário.
Como chora o palmeirense, que, depois de ter o sabor do título praticamente garantido, se vê fora até da Libertadores. Porque o jejum de títulos é traumatizante mesmo, como o próprio Palmeiras sabe.
Se o São Paulo liga o automático para pelo menos se garantir no torneio continental, o Palmeiras precisa subir cada degrau como se fosse o último. Até mesmo o São Paulo aprendeu que o automático ainda basta para a Libertadores, mas já é insuficiente para o tetra/heptcampeonato. Por mais que a Libertadores valha muito, o sacrifício para vencê-la concomitantemente com o Campeonato Brasileiro precisa ser mais bem planejado.
Pois tanto o Inter, na Copa do Brasil com vistas à Libertadores, quanto São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras perderam muitos pontos no Brasileirão por priorizá-la, assim como o Corinthians relaxou de maneira injustificável ao garanti-la.
Só mesmo o Flamengo se concentrou quase 100% no Campeonato Brasileiro, porque eliminado já nas quartas de final da Copa do Brasil, que lhe exigiu muito pouco até ser eliminado pelo Inter.
Lembremos que, se o Mengo perdeu a vaga na semifinal da Copa do Brasil no último minuto em cobrança de falta no Beira-Rio, o time esteve ameaçado até pelo rebaixamento em determinado momento do primeiro turno do Brasileirão.
E se recuperou. Tão brilhantemente que nada pode ser usado contra a justiça de sua conquista, por mais que a equipe esteja longe de ser inesquecível e que tenha desmoralizado a tese de que só ganha campeonatos em pontos corridos quem é organizado.
A bem aproveitada janela num momento em que o presidente do clube era interino e que redundou nas chegadas de Petkovic, Álvaro e Maldonado, que se juntaram a Adriano e a Andrade, deu o molho que redundou na conquista histórica do mais emocionante de todos os Brasileirões em pontos corridos, que, tomara, a partir já do ano que vem, preveja muitos clássicos estaduais para suas últimas rodadas, algo possível ainda mais agora, quanto teremos de novo os quatro grandes do Rio na competição.
E numa tarde em que o Imperador Adriano falhou, dois zagueiros, Daivid e Ronaldo Angelim, novo deus da raça, salvaram a pátria.

blogdojuca@uol.com.br


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