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VÔLEI
Multas e turbulências
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
A Superliga Nacional desta
temporada conseguiu se superar com um regulamento que
provoca mais discussões do que os
jogos. Depois da "lei do silêncio"
instituída há alguns anos, a novidade é a criação de multas para
tudo: de problemas de infra-estrutura dos ginásios a detalhes
como camisas fora do calção.
Algumas exigências, como cadeiras acopladas e fixadas em estruturas metálicas para o banco
de reservas, são questionáveis até
por questão de segurança. Ao
buscar uma bola no jogo, o atleta
corre o risco de se machucar ao se
chocar com uma estrutura fixa.
Atualmente, são usadas cadeiras
de plástico.
Há cerca de quatro anos, o atacante Bozquinho sofreu um ferimento sério no pulso direito ao
bater em uma das placas publicitárias do ginásio da Ulbra, que na
época tinham suporte de metal.
Desde então, essa estrutura foi
trocada por espuma. Agora, o risco de segurança passa das placas
para as cadeiras.
No Banespa, por exemplo, há
até uma determinação do clube
de não instalar as cadeiras acopladas por uma questão de segurança, levando-se em conta que
não há registro, no passado, de
acidentes com esse tipo de equipamento no ginásio. Mas a cada
jogo, sem cumprir o regulamento,
o clube é multado em R$ 500.
A lista de ações sujeitas à multa
é extensa. Quem quebrar a "lei do
silêncio" e fizer críticas que "denigram a imagem da Superliga e da
CBV" recebe R$ 1.000 de multa.
Do mesmo valor é a punição ao
técnico que ficar sentado ou não
saudar o público quando anunciado no protocolo oficial de jogo.
O responsável pelas novidades é
Antônio Feitosa, o gerente da Superliga. Segundo informações da
CBV (Confederação Brasileira de
Vôlei), o presidente Ary Graça delegou todas as ações da competição para Feitosa.
O que parece mais importante,
contudo, não é ficar discutindo
em quais itens seriam corretas ou
não as punições e as multas, mas
o processo pelo qual são tomadas
as decisões na Superliga. Como é
possível o torneio ser regido por
um regulamento que contraria a
maioria dos 23 times inscritos?
Hoje, os clubes de São Paulo vão
se reunir na Federação Paulista
para discutir a posição a ser tomada em relação às multas. Para
o esporte, que tem tradição de
não questionar determinações de
entidades como a CBV, essa reunião é um avanço.
O certo é que essa história só
tem um perdedor: o vôlei brasileiro. O esporte já não vai bem de resultados: o masculino naufragou
com o sexto lugar em Sydney.
Agora temos uma Superliga com
clubes mais insatisfeitos.
Para não dizer que não falei das
flores, a rodada do final de semana mostrou que o modesto Santo
André é a sensação do Superliga:
venceu a Ulbra, em Canoas. Dirigido pelo ex-levantador do Pirelli
Marcelo Madeira, o time havia
derrubado outros favoritos como
Suzano e Banespa.
A fórmula do time, da terra do
saudoso Pirelli, tem sido um saque potente, um jogo com poucos
erros, muita defesa e eficiência no
ataque (com a dupla Lorena e
Gaúcho). O Santo André é o time
paulista com a melhor campanha: está em terceiro lugar, atrás
de Minas e de Vasco.
Italiano
O Macerata, do brasileiro
Nalbert, permanece entre os
quatro primeiros colocados
do Italiano. Na segunda rodada do returno, o time venceu o Forli, lanterna do torneio, por 3 sets a 1 e acumula
12 vitórias em 15 jogos. O líder é o Cuneo, do levantador
e técnico De Giorgi. O Treviso, que foi surpreendido pelo
Milano, perdeu a vice-liderança para o Modena, do atacante Giani e do norte-americano Lloy Ball.
Bonitão
O argentino Marcos Milinkovic foi eleito o jogador mais
bonito do Campeonato Italiano. A votação foi pela Internet. Milinkovic, 29 anos e
2,02 m, teve 32,03% dos votos. Em segundo lugar, com
30,07%, ficou outro estrangeiro: o levantador iugoslavo
Nikola Grbic, campeão olímpico em Sydney-2000. Com
14,38%, o italiano Giani foi o
terceiro mais votado.
E-mail cidasan@uol.com.br
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