São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Bia, 33 e 1,76 m, supera revelações e lidera os rankings de pontos e ataques

Veterana dribla estatura e idade e brilha na Superliga

Jefferson Coppola/Folha Imagem
A oposto Bia faz alongamento em treino do Osasco, que lidera a Superliga, com 12 pontos, mesma pontuação do Rio de Janeiro


DA REPORTAGEM LOCAL

Quando rompe a barreira dos 30 anos, um jogador é considerado experiente. Muitos experimentam os últimos instantes no topo antes da aposentadoria. Surpresa, revelação, são palavras que não cabem mais em seu currículo.
Para a mais eficiente atacante da Superliga, este script parece não fazer sentido. Só agora vê seu nome reconhecido e, aos 33 anos, atrai olhares curiosos de quem não acompanha o vôlei de perto.
Não à toa. Além da idade, Bia ostenta um biótipo bem diferente da média brasileira e, principalmente, internacional.
Maior pontuadora (105 pontos) supera bloqueios do alto de seu apenas 1,79 m. Magra (62 kg), não aparenta ter força para aproveitar 32,14% das cortadas. Além disso, é a quinta melhor defensora.
"Até eu me pergunto por que. Tive outros anos bons, mas só agora as coisas ficaram claras. Acho que melhorei depois dos 30", diz a carioca, que iniciou a carreira tardiamente, aos 18 anos.
A atacante supera nos rankings atletas que surpreenderam nos últimos anos exatamente por seguirem o caminho "natural". Está à frente de Mari, 21, sensação da seleção em 2004, e Paula Pequeno, 22, campeã mundial juvenil em 2001. Ambas são do Osasco.
Entres as rivais, bate a veterana Leila, 33, do Rio de Janeiro. Todas entram em quadra hoje, na abertura da oitava rodada.
"A Bia vingou mais tarde. Ela sempre cuidou do corpo e da vida profissional. Acho que agora passou a acreditar mais nela", avalia o técnico Zé Roberto, que a indicou para o Osasco e a resgatou para a seleção em 2003.
Bia só se deu conta do novo status na Superliga 2002/2003. Terceira maior pontuadora (315 pontos) e líder nas estatísticas de ataque, não conteve as lágrimas quando ouviu seu nome ser ovacionado como melhor jogadora do campeonato. Naquele ano, não foi convocada pelo então técnico Marco Aurélio Motta.
"Eu achava que o título iria, como sempre, para Virna, Fernanda Venturini", relembra ela, que classifica o episódio como o melhor momento de sua carreira.
Os piores também ainda estão nítidos. O dedo quebrado no fim de 2003, na Copa do Mundo, a fez começar o ano seguinte em baixa.
O mais dolorido veio logo depois: a derrota para a Rússia na semifinal que tirou o Brasil da briga pelo inédito ouro em Atenas. Era a primeira Olimpíada de Bia. E deve ter sido a última.
A atacante terá 36 anos quando for acesa a pira em Pequim-2008.
"Vou jogar até quando achar que estou bem fisicamente. Me sinto nova, mas pode ser que isso mude." (MARIANA LAJOLO)

NA TV - São Caetano x Brasília, às 12h, Rede TV!; Rio de Janeiro x Minas, às 17h, Sportv


Texto Anterior: Futebol: "Traído", São Paulo vai atrás de outro reforço
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.