São Paulo, sábado, 08 de janeiro de 2011

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RITA SIZA

Pebolim é coisa séria


Termina amanhã na França a edição de 2011 do Campeonato Mundial de futebol de mesa

MEU PAI recebeu um bilhar de matraquilhos no Natal. No Brasil, dizem-me, chamam-lhes pebolim ou totó. Independentemente do nome, garantem horas de entretenimento e diversão.
Mas não se pense que os matraquilhos (ou matrecos) são apenas uma brincadeira pueril -qualquer que seja a idade do jogador. Ou que são coisa de feira popular ou de café salão de jogos.
Nada disso: o pebolim é um esporte federado desde a década de 1960, com praticantes inscritos em torneios nacionais e internacionais, tanto em nível individual como de equipas.
Aliás, termina amanhã na cidade de Nantes, na França, a edição de 2011 do Campeonato Mundial de futebol de mesa (a designação internacional foi adotada porque cada país tem um nome diferente para o jogo), que conta com a participação de 500 atletas de 40 países. Alemanha, Holanda, França, Bélgica e Estados Unidos, que dominam a modalidade, são os grandes favoritos.
A seleção portuguesa, que no campeonato do ano passado arrecadou o nono lugar, partiu cheia de expectativa para a competição.
O selecionador nacional, Vítor Ferreira, lamentou a "pouca sorte do sorteio das equipas", que colocou os Estados Unidos (campeão em títulos) e a França no caminho de Portugal.
E mencionou algumas dificuldades extras para os jogadores portugueses, que treinam em mesas que não estão homologadas pela federação mundial. Ainda assim, "os atletas sentem-se mais fortes e estão certos de que farão uma melhor prova do que no ano passado", informou.
Uma das novidades do time português é a presença de Paul Nunes na escalação. Ele é o 21º no ranking dos melhores jogadores do mundo (consultei a tabela e, infelizmente, não consta, até a 50ª posição, nenhum atleta brasileiro).
A outra novidade é a participação, pela primeira vez, de duas competidoras na prova feminina, que o selecionador saudou como uma vitória sobre o "preconceito que vê os matraquilhos como coisa de homens".
No outro dia, um dos canais de notícias passou uma reportagem sobre os matraquilhos/pebolim, alegando que o seu sucesso se deve ao facto de ser o esporte mais barato do mundo.
Para praticá-lo, o investimento inicial é quase negligenciável: aqui em Portugal são 20 cêntimos por cinco bolas.
Mais barato, só mesmo correr descalço na praia -para correr no calçadão, já se exige a compra de calçado apropriado, e nem na China um par de ténis só custa 20 cêntimos.


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