São Paulo, terça-feira, 08 de fevereiro de 2000


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FUTEBOL
Após perder Rincón, clube exige que parceiro abra os cofres para evitar a saída de Edílson e Vampeta
HMTF abafa desmanche corintiano

MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

O Corinthians está recorrendo a seu parceiro, o fundo de investimentos norte-americano HMTF, para iniciar uma operação para evitar a evasão de estrelas.
Após a saída do volante colombiano Rincón, que pediu a rescisão de seu contrato na semana passada, e da negociação de Vampeta com o futebol europeu, Edílson passou a ser a nova ameaça ao atual time campeão paulista, brasileiro e mundial.
Antes que a situação assuma as mesmas proporções do caso de Rincón, tornando-se irreversível, os dirigentes corintianos resolveram apelar ao HMTF (Hicks, Muse, Tate & Furst Incorporated Ltda.), para cobrir todas as exigências financeiras dos jogadores.
Edílson, que não se apresentou ontem com o restante do grupo, alegando um problema particular para resolver hoje em Salvador -onde está há três semanas de férias-, estaria exigindo as mesmas regalias que o HMTF teria aceitado conceder para manter Rincón e Vampeta no time.
O HMTF aceitou pagar até US$ 5,5 milhões a Rincón por dois anos de contrato. Mesmo assim, ele preferiu negociar com o Santos, que espera apresentá-lo à torcida até sexta-feira.
A Vampeta, o parceiro corintiano aceitou dobrar a porcentagem a que teria direito pela aquisição de seu passe, por US$ 5 milhões, em julho do ano passado, do banco espanhol Bilbao Vizcaya.
Assim, ele receberia 30% do valor (US$ 1,5 milhão), com uma cláusula no contrato assegurando a diferença em uma futura negociação por um valor maior.
Isso tudo paralelamente à equiparação de seu salário, que era de R$ 30 mil (não declarados), ao de Edílson e Marcelinho, em torno de R$ 150 mil.
Edílson, que em julho de 1999 reformou seu contrato por quatro anos com o Corinthians, mas não estava satisfeito com a forma de pagamento dos 15% de seu passe, em 12 parcelas, estaria exigindo o mesmo tratamento.
O atacante, comprado por US$ 3,5 milhões também do Bilbao Vizcaya, estaria exigindo o pagamento à vista e em dobro, como o oferecido a Vampeta.
O diretor de futebol do Corinthians Carlos Nujud, que, até a apresentação da carta de Rincón pedindo rescisão, negava haver problemas com o volante, nega também o impasse com Edílson.
""O Edílson avisou na quinta-feira da semana passada que teria de atrasar sua apresentação em dois dias. Só não revelei nada porque queria falar antes com o Oswaldo (de Oliveira, técnico do time). Na quarta-feira (amanhã), com certeza, ele estará aí", disse o diretor.
O prazo coincide, no entanto, com o mesmo estipulado pelo representante do HMTF no clube, José Roberto Guimarães, para resolver os últimos detalhes para que ele permaneça no clube.
Guimarães, mesmo após ter deixado a diretoria de futebol do Corinthians para assumir a vice-presidência da Teamco -empresa que cuida das ações mercadológicas do HMTF na América Latina-, esteve ontem no clube.
""O Zé Roberto e o Nei (apelido de Nujud) me disseram que tudo deverá estar resolvido até quarta-feira para que eu continue aqui", afirmou Vampeta.
O empresário do jogador, Reinaldo Pitta, retornou ontem da Europa e pretende se reunir nesta semana com os dirigentes. Vampeta pode ser negociado, mas continuar no Corinthians por mais uma temporada.
""Contamos com o Vampeta por mais uma ou mais três temporadas, conforme o desenrolar do acordo, embora ainda haja uma pequena possibilidade de ele ser vendido", disse Nujud.


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