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São Paulo, sábado, 08 de fevereiro de 2003

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Vitória em Campinas é vital para time subir no Paulista e fugir do risco de novo rebaixamento

Palmeiras quer se afastar hoje do 'torneio da morte'

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se vencer o Guarani hoje, o Palmeiras se junta aos líderes do Grupo 1 do Paulista e, mais que isso, termina com o tabu de não obter duas vitórias seguidas desde julho do ano passado. Se perder em Campinas, porém, o time de Jair Picerni se avizinha do "torneio da morte", que determinará os rebaixados estaduais.
O Palmeiras nem quer pensar em novo tropeço. "Não vou falar de derrota sem antes ter jogado", declarou o meia Zinho. "Este é nosso jogo mais importante até agora", definiu o treinador.
Clube montado e abandonado por Picerni, o Guarani está com 100% de aproveitamento na temporada. Uma de suas últimas vitórias foi a goleada (4 a 0) sobre o Barbarense, time que bateu (4 a 2) o Palmeiras no Parque Antarctica.
Já o Palmeiras teve um início de ano titubeante: a vitória magra sobre o Mogi Mirim (2 a 1), a queda diante do Barbarense e o triunfo apertado contra o frágil Operário-MT. O time repete a mesma oscilação de 2002 que o condenou à segunda divisão nacional.
"O Guarani é um time certinho. Já a gente ainda tem muitas falhas", resume o goleiro Marcos.
Atualmente, o Palmeiras é o 11º time pelo índice técnico da competição, posição que selaria sua ida para o "torneio da morte".
Esse sistema de descenso prevê dois grupos de seis times, com enfrentamentos entre os grupos. Caso o Palmeiras tenha de lutar por sua permanência na elite paulista, terá seis jogos pela frente em março, o que complicaria o calendário do time -poderia fazer ainda um playoff com o vice da Série A-2.
A única vantagem, se é que se pode dizer isso, seria utilizar essas partidas como laboratório para a Série B do Brasileiro, afinal, Lusa, Paulista de Jundiaí, Marília e Mogi Mirim, times da segunda divisão nacional, também estão mal na competição local.
A "tática de time pequeno" está montada. O sistema com cinco meias e um só atacante (4-5-1) deverá ser repetido -a primeira vez que uma formação é reeditada.
Quem não ficou contente com a decisão foi Muñoz, que, recuperado de lesão, imaginava voltar hoje. "O Palmeiras não deve ter um só atacante. Devia se espelhar no Corinthians, que colocava três atacantes em campo. Todo atacante deve ter um companheiro", desabafou o colombiano. "O Palmeiras não tem que se defender. Tem de atacar", completou.
As declarações de Muñoz irritaram o técnico. "Ele não tem nada de falar isso. Ele não vai determinar como eu vou montar o time", respondeu Picerni.
Após o atrito com Dodô, que abandonou os treinos, esse parece ser o segundo racha do treinador no clube, que conta com oito atacantes em seu plantel.
Mesmo com o fraco desempenho contra o Operário-MT, Picerni vai repetir a aposta em mais uma tentativa de trazer confiança.
Outra disputa de Picerni é com Neto, diretor do Guarani, que prometeu prêmio dobrado para derrotar seu desafeto. "Não tem nada a ver o que ele falou. Saí do Guarani por uma oportunidade profissional. Não por dinheiro."
O técnico palmeirense se reuniu ontem com o presidente do clube, Mustafá Contursi, e pediu mais dois reforços. Ele se disse preocupado com falta de documentação de Carlos Castro e pode solicitar outro atacante. Também quer Cocito, volante do Atlético-PR.


Guarani x Palmeiras, na Record, ao vivo, às 18h


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