São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO pvc@uol.com.br

Pra que centroavante?

HÁ DEZ DIAS, quando estava mais ou menos claro que Robinho seria jogador do Santos, o técnico Dorival Jr. já projetava como escalá-lo ao lado de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Pensava num 4-2-3-1.
"Não é um 4-3-3, é mais um 4-2-3-1, com os três, Neymar, Paulo Henrique e Robinho se movimentando atrás de um avante", disse o técnico.
A chegada de Robinho deixou claro que há outro jeito de equilibrar a equipe e torná-la ainda mais insinuante com uma forma de jogar diferente. Sem centroavante, como fez Dorival Jr. ao tirar o garoto André e escalar Neymar e Robinho soltos no ataque.
Neymar ficou na sua, à esquerda, como vinha jogando nas últimas partidas, aquelas que fizeram dele o artilheiro do Paulistão. Robinho teve de se ajeitar do outro lado do gramado, à direita, como não se deu bem, por exemplo, escalado por Leão durante o Paulistão de 2003.
Está claro que o técnico terá a opção inicial, de manter Rodrigo Mancha e Arouca como volantes, André como centroavante, Robinho, Ganso e Neymar por trás. Mas os dois juntos como atacantes...
Aos 29min do segundo tempo, 17 depois da entrada de Robinho em campo, o craque ex-Manchester City deu de letra para Neymar e recebeu de frente para Rogério Ceni. A bola triscou a trave. Mais cinco minutos, Neymar criou pela esquerda e rolou para Robinho finalizar. Raspou a trave.
O ápice, evidentemente, se deu com o gol, jogada de Wesley como lateral-direito puro e cruzamento para o gol de letra de Robinho.
Mais gente do que a torcida santista comemorou. O patrocinador, por exemplo, o mesmo que estampava a camisa de Ronaldo no jogo contra o Palmeiras, em Presidente Prudente, no ano passado. A marca que com um jogo de letras significa o mesmo que Ronaldo e Robinho conhecem tão bem: Gol.
Quanto a Dorival Jr., já há decisões que pode festejar. Por exemplo, deslocar Wesley primeiro para a a lateral direita. A descoberta dará certo, como dará Edu Dracena, destaque do clássico. A próxima decisão é jogar com Robinho, Neymar e um centroavante ou com os dois infiltrados. A vitória com gols de Robinho e Neymar produz a pergunta: centroavante pra quê?



BOLA NA ÁREA
O Palmeiras melhora com a vitória, mas sempre à custa de Cleiton Xavier, o líder de assistências do Paulistão, e da bola levantada para a área. Muricy dirá, com razão, que tem volume de jogo e cria chances de gol. Mas o repertório é curto, e o Palmeiras, o time que menos anima na luta para ir às semifinais.



PULMÃO E CORAÇÃO
Não pergunte quem é o cérebro do Chelsea. O líder do Inglês, rumo a seu terceiro título em cinco anos, é pulmão e coração. Ou seja, é Drogba. Fez o primeiro gol no Arsenal e viu o rival dominar até o contra-ataque, aos 23min da etapa final, em que destruiu a zaga rival. Drogba é perigo para o Brasil.



MUITO OU POUCO?
Houve gente que dissesse que o Corinthians jogou muito na goleada por 4 a 0 contra o Sertãozinho. Menos. Foi um time consistente contra o lanterna do Campeonato Paulista. Problema maior do que esse, ainda não tem velocidade para a saída de bola. Mano Menezes está feliz com a saída de bola, mas sua melhor definição foi outra: "Fizemos um bom jogo... para a fase de classificação do Campeonato Paulista". A Libertadores precisa ser diferente.


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