São Paulo, segunda-feira, 08 de fevereiro de 2010

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JUCA KFOURI

Sol, Neymar e Robinho


Santos invadiu a improvisada praia do São Paulo. E Barueri ficou parecido com o Gonzaga, o Boqueirão


O SOL impediu um grande primeiro tempo no San-São da Arena Barueri.
Muito forte, serviu para um jogo em câmara lenta e para iluminar mais um atrevimento de Neymar, que não respeitou os cabelos brancos de Rogério Ceni e o deixou de bunda no chão com a paradinha abusada do primeiro gol santista.
Se Neymar não decepcionava, a minoria santista na arena queria mesmo era ver Robinho.
E o viu entrar com pouco mais de 10min do segundo tempo para, aparentemente, tirar a naturalidade do time praiano, que logo tomou o empate, no primeiro lance de Roger.
Se Dorival Júnior teve algum momento de arrependimento, logo o esqueceu. Completamente.
Porque duas vezes, aos 30min e aos 34min, combinações de Robinho com Neymar quase redundaram em gols: na primeira tentativa, Rogério salvou o que seria um novo gol antológico do Santos; na segunda, a bola passou rente à trave. Um é pouco, dois é bom, três tinha de ser demais. E foi.
Wesley desceu em direção à linha de fundo, aos 40min, e cruzou para trás. Ele veio e, ao passar da bola, de letra, fez o gol da vitória santista.
Ele quem?
Ora, ele, no caso, só podia ser um, tinha de ser o Robinho!
Que seja o começo de sua redenção porque, afinal, contra um dos mais poderosos times do país.
Com tantas atrações, é bem capaz até de o Paulistinha virar mesmo um Paulistão. E com um time já com ares de campeão.

Palavras, palavras
O COB enfiou o rabo entre as pernas e recuou do absurdo de querer proibir o livro de Katia Rubio pelo uso do termo "olímpicos". Carlos Nuzman recuou não sem perder o tique autoritário, ao dizer em sua carta à professora que "autorizava expressamente" a publicação da obra, como se ao COB coubesse tal prerrogativa.
Fato é que a repercussão, que extravasou as fronteiras, segundo admitiu Bernard Rajzman em telefonema à autora, obrigou a desistência da ação.
Se Nuzman se julga guardião da palavra olímpica, Ricardo Teixeira acha que a palavra privado é sinônimo de público e, pior, acha que dinheiro público é privado.
É o que se pode depreender da reveladora reportagem de Mariana Bastos e Paulo Cobos publicada nesta Folha na quinta-feira.
A Copa do Mundo no Brasil, em 2014, que seria "a Copa da iniciativa privada" segundo escreveu e prometeu o cartola da CBF terá 94% de verbas públicas na reforma e na construção dos estádios, fora, é claro, o que cabe mesmo ao Estado nas obras de infraestrutura.
E o absurdo não fica por aí: os R$ 2 bilhões que eram calculados como investimento em estádio já se tornaram mais de R$ 5,3 bilhões, 167% a mais que o previsto!
"A Copa do Mundo será melhor quanto menos dinheiro público for investido. Essa equação é que norteia o projeto desde o início. Ao governo, em todos os seus níveis, caberá os gastos com obras que lhe dizem respeito. O investimento maior terá de vir da iniciativa privada", escreveu o cartola, em maio do ano passado...

blogdojuca@uol.com.br


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