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"Desconhecido", Farfus vive do automobilismo e diz que há vida sem F-1
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
Naquele 14 de maio de
2000, dois brasileiros alinharam seus carros no grid da
corrida de abertura da F-Renault italiana, em Imola.
Felipe Massa estava no segundo posto. Augusto Farfus,
no oitavo. Os dois, que corriam pela mesma equipe, a
Cram, estreavam em solo europeu com carros de fórmula.
Na época, chegaram a ter o
mesmo empresário, Ricardo
Tedeschi, e dividiam o mesmo
quarto na pequena Erba, cidade a 30 km do circuito de
Monza, para economizar.
Nove anos se passaram, e os
dois trilharam caminhos bastante diferentes no esporte.
Massa seguiu nos monopostos, foi campeão da F-Renault
italiana, da europeia e da
F-3000. Em 2008, foi vice-campeão da F-1 pela Ferrari.
Farfus, após também vencer os campeonatos da F-Renault europeia e da F-3000, ficou sem patrocínio e rompeu
com Tedeschi. Acabou optando pelos carros de turismo.
Hoje, em sua Curitiba natal,
dá início à sua quinta temporada no WTCC, o Mundial de
Turismo da FIA, a terceira delas como piloto da BMW.
"Muita gente acha que você
só pode ser feliz no automobilismo se chegar à F-1. Isso não
é verdade", afirma Farfus, 25.
"Claro que, quando comecei a correr de kart, meu sonho era esse, mas não foi possível e hoje não me arrependo
de nada que eu tenha feito.
Não trocaria o lugar que estou
para ir correr na GP2 [categoria de acesso à F-1], por exemplo", diz o piloto, que começou a correr aos sete anos,
mas sob duas rodas -chegou a
ser campeão paranaense.
Desde que venceu a F-3000
em 2003 e tornou-se o mais
jovem campeão da história da
categoria, o piloto não conquistou nenhum outro título.
Único brasileiro no WTCC,
Farfus já conseguiu nove vitórias, uma a menos que os recordistas de triunfos na categoria, o inglês Andy Priaulx e o
alemão Jörg Müller. Além disso, nas 84 corridas de que já
participou, largou seis vezes
na pole -é o recordista.
"Para este ano, meu objetivo é lutar pelo título", declara
o piloto, que foi sexto colocado no Mundial do ano passado, com duas vitórias. "Para os
próximos anos, minha ideia é
permanecer na BMW. E deixo
nas mãos deles a escolha do
meu futuro", completa.
Se depender de sua vontade, no entanto, Farfus continuará a andar tranquilamente
pelas ruas do Brasil, à exceção
de Curitiba, sem ser abordado
para dar autógrafos.
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