São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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"Desconhecido", Farfus vive do automobilismo e diz que há vida sem F-1

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Naquele 14 de maio de 2000, dois brasileiros alinharam seus carros no grid da corrida de abertura da F-Renault italiana, em Imola.
Felipe Massa estava no segundo posto. Augusto Farfus, no oitavo. Os dois, que corriam pela mesma equipe, a Cram, estreavam em solo europeu com carros de fórmula.
Na época, chegaram a ter o mesmo empresário, Ricardo Tedeschi, e dividiam o mesmo quarto na pequena Erba, cidade a 30 km do circuito de Monza, para economizar.
Nove anos se passaram, e os dois trilharam caminhos bastante diferentes no esporte. Massa seguiu nos monopostos, foi campeão da F-Renault italiana, da europeia e da F-3000. Em 2008, foi vice-campeão da F-1 pela Ferrari.
Farfus, após também vencer os campeonatos da F-Renault europeia e da F-3000, ficou sem patrocínio e rompeu com Tedeschi. Acabou optando pelos carros de turismo.
Hoje, em sua Curitiba natal, dá início à sua quinta temporada no WTCC, o Mundial de Turismo da FIA, a terceira delas como piloto da BMW.
"Muita gente acha que você só pode ser feliz no automobilismo se chegar à F-1. Isso não é verdade", afirma Farfus, 25.
"Claro que, quando comecei a correr de kart, meu sonho era esse, mas não foi possível e hoje não me arrependo de nada que eu tenha feito. Não trocaria o lugar que estou para ir correr na GP2 [categoria de acesso à F-1], por exemplo", diz o piloto, que começou a correr aos sete anos, mas sob duas rodas -chegou a ser campeão paranaense.
Desde que venceu a F-3000 em 2003 e tornou-se o mais jovem campeão da história da categoria, o piloto não conquistou nenhum outro título.
Único brasileiro no WTCC, Farfus já conseguiu nove vitórias, uma a menos que os recordistas de triunfos na categoria, o inglês Andy Priaulx e o alemão Jörg Müller. Além disso, nas 84 corridas de que já participou, largou seis vezes na pole -é o recordista.
"Para este ano, meu objetivo é lutar pelo título", declara o piloto, que foi sexto colocado no Mundial do ano passado, com duas vitórias. "Para os próximos anos, minha ideia é permanecer na BMW. E deixo nas mãos deles a escolha do meu futuro", completa.
Se depender de sua vontade, no entanto, Farfus continuará a andar tranquilamente pelas ruas do Brasil, à exceção de Curitiba, sem ser abordado para dar autógrafos.


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