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COPA 2006
Na seleção nacional desde 1995, goleiro perde posto para Lehmann
Kahn perde vaga de titular e cogita deixar Alemanha
DA REPORTAGEM LOCAL
O jogador eleito o melhor da última Copa usava as mãos, era um
líder em campo e tinha status de
intocável em sua seleção.
Só que o tempo parece ter sido
cruel com o goleiro Oliver Kahn.
Quatro anos depois, ele perdeu o
posto de titular e, amargurado,
pode não atuar no Mundial que
seu país vai receber em junho.
O técnico alemão Jürgen Klinsmann antecipou ontem uma decisão que pretendia tomar só em
maio. Seu veredicto: Jens Lehmann será o titular da equipe na
Copa, rompendo definitivamente
uma hegemonia de quase 11 anos
daquele que ganhou a alcunha de
"King Kahn" pelos torcedores.
Os dois goleiros têm 36 anos.
Kahn, do Bayern de Munique,
defendeu o gol alemão 84 vezes.
Participou como titular absoluto
dos três últimos eventos internacionais mais importantes -Copas de 1998 e 2002 e Eurocopa.
Lehmann o assistia do banco.
No total, o novo camisa 1 cumpriu
apenas 29 jogos como titular. Na
era Klinsmann, atuou 12 vezes
desde o início. Tomou 18 gols.
É ao treinador, aliás, que ele
agradece pela chance de quebrar
o longo reinado de Kahn. Desde
que começou a comandar a seleção, em julho de 2004, o ex-atacante adotou um inusitado sistema de rodízio entre os goleiros.
"Eu estou surpreso e extremamente desapontado", declarou
Kahn, que não confirmou presença no Mundial, em junho. "Vou
me manifestar sobre o futuro na
seleção no momento oportuno."
É um discurso raivoso, que traduz uma reação diferente da que
Klinsmann tentou passar após
anunciar a mudança. "Dar a notícia de que ele não seria titular foi a
decisão mais difícil que já tive como técnico. É claro que Oliver ficou desapontado, mas aceitou como um grande esportista. Ele fez
muito pela Alemanha", disse.
Kahn não atravessa boa fase no
Bayern, situação oposta a que
Lehmann vive no Arsenal, time
inglês classificado para as semifinais da Copa dos Campeões.
Mesmo assim, o atleta rejeitado
por Klinsmann ainda é o preferido dos torcedores. Pesquisa feita
no último final de semana pela revista alemã "Stern" mostrou que
36% dos alemães querem o goleiro do Bayern na Copa. Lehmann
tem 30% da preferência.
Não por acaso, o novo eleito
prometeu se desdobrar para retribuir a confiança do técnico em
seu trabalho. "Estou muito feliz
com a decisão. Fiquei muitas
competições no banco e sei o que
é não poder jogar. Não poderia
deixar essa chance passar."
Sua missão é espinhosa. Logo
no primeiro jogo do Mundial, no
dia 9 de junho, contra a Costa Rica, o camisa 1 terá que enfrentar o
fantasma de Kahn.
A partida será realizada em Munique, cidade do Bayern, justamente o time no qual seu antecessor é intocável desde 1994 e extremamente popular com a torcida.
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