São Paulo, quarta, 8 de abril de 1998

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Pelé já admite volta após reeleição

Reuters
Pelé dá autógrafo antes de entrevista em Tóquio, ontem, quando disse que pode continuar ministro se FHC for eleito


da Reportagem Local

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, afirmou ontem, em Tóquio, que recebeu convite do presidente Fernando Henrique Cardoso para reintegrar sua equipe de governo em caso de reeleição.
"O presidente me disse que se ele ganhar me quer por mais quatro anos", afirmou Pelé à agência de notícias "Reuters".
Segundo o ex-jogador e empresário, que está no Japão para participar de eventos promocionais de um patrocinador da Copa do Mundo, ainda não há uma decisão sobre o convite.
"Talvez após a Copa do Mundo eu possa voltar. Mas ainda não me decidi sobre o assunto", declarou.
Em seu programa semanal de rádio, "Palavra do Presidente", transmitido ontem, FHC não fez menção ao convite.
Mas rasgou elogios a seu ex-ministro, enaltecendo o trabalho de Pelé à frente de "um dos principais programas sociais deste governo".
FHC se referia aos projetos de incentivo à prática esportiva dirigidos a crianças de rua, idosos e portadores de deficiências.
O presidente lembrou também da Lei Pelé, que irá "aumentar o emprego e profissionalizar o trabalho de quem vive do esporte".
FHC encerrou o discurso agradecendo o ex-ministro. "Muito obrigado, ministro Pelé. Quando estiver na França, continue trabalhando para que o Brasil dos nossos meninos e o Brasil de nossa seleção façam um belo trabalho na Copa do Mundo."
Pelé se descompatibilizou do governo na semana passada para poder trabalhar como comentarista para a TV Globo e também para uma emissora francesa durante o Mundial da França.
Antes, garantiu a promulgação de sua lei, que força a profissionalização dos departamentos de futebol dos clubes e os obriga a pagar Imposto de Renda.
A estrutura da lei foi profundamente modificada durante sua votação no Congresso, mas os principais pontos, como a extinção da chamada lei do passe, foram garantidos por vetos presidenciais.
Exatamento por causa disso, FHC deve receber hoje, em Brasília, o vice-presidente do Vasco e deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ) e o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff.
O encontro teria sido articulado pelo próprio presidente devido à repercussão dos vetos que promovera na Lei Pelé.
Um dos principais pontos em discussão seria a duração do primeiro contrato profissional dos jogadores com os clubes responsáveis pela sua formação.
O Clube dos 13, que congrega os 16 maiores clubes de futebol do país, é contra a supressão do artigo 19 da lei, que previa a possibilidade de as equipes terem prioridade na renovação desse primeiro contrato, que dura dois anos.



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