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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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Goleiro falha e permite virada do Nacional, mas defende três vezes na decisão por pênaltis e empurra campeão brasileiro para as quartas-de-final do torneio que só ganhou na era Pelé

Fábio Costa garante sonho do Santos na Libertadores

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Na falta de brilho de Diego e Robinho, Fábio Costa saiu como o herói iluminado da classificação do Santos ontem na Libertadores. Graças a três defesas do goleiro nas cobranças de pênaltis, o time de Leão mordeu a vaga para as quartas-de-final do torneio sul-americano eliminando o Nacional do Uruguai na Vila Belmiro.
A partida do Santos contra a equipe que quase arrancou a dentada o dedo de Diego no 4 a 4 em Montevidéu, no jogo de ida, acabou 2 a 2 em seu tempo normal.
No desempate dos pênaltis, se Fábio Costa garantiu a vitória defendendo, Ricardo Oliveira, Elano e Renato ajudaram com gols.
O Santos é o primeiro time brasileiro a se classificar para as quartas-de-final da Libertadores 2003. Seu adversário sai do confronto entre Cruz Azul e Deportivo Cali.
Ontem foi a primeira vez que o time da Vila Belmiro, que já foi bicampeão do torneio continental nos tempos que quem salvava era Pelé, experimenta a cobrança de pênaltis na Libertadores.
Para o jogo, Leão veio com um time bem ofensivo, com o atacante Nenê no lugar do lateral Reginaldo Araújo. Nos primeiros minutos, essa opção pelo ataque total prendia os uruguaios em seu campo. As bolas vinham pela esquerda (Nenê), meio (Diego) e direita (Elano), sempre resultando em jogada de perigo.
Aos 3min, Nenê arriscou de esquerda e quase marcou. Aos 5min, Elano cruzou para Ricardo Oliveira, sozinho, cabecear no travessão. E aos 9min, em jogada igual, a trave não salvou o Nacional. Elano fez o mesmo e Ricardo Oliveira também, desta vez de modo certeiro. Santos 1 a 0.
O mesmo apetite santista pelo ataque era nítido também na hora de cometer faltas. Tentando descontar o tratamento recebido no Uruguai na primeira partida, o time da Vila Belmiro aproveitaria a vantagem no placar para caprichar nas jogadas duras.
O Santos acabaria o primeiro tempo com cinco cartões amarelos, contra três dos "violentos" uruguaios. O final do jogo contabilizaria um total de dez amarelos, somando as duas equipes.
Essas jogadas faltosas iam municiando o Nacional, que tinha o meia O'Neill em noite feliz nas bolas paradas. Aos 38min, ele bateu escanteio da esquerda. Espirrada, a bola acabou para o meia Eguren empatar, de bicicleta.
Outro belo gol uruguaio veio aos 42min. O inspirado O'Neill ameaçou cruzar em cobrança de falta pela intermediária direita e bateu direto a gol, enganando Fábio Costa. Nacional 2 a 1.
"Todo mundo chegou ao vestiário com cara de bunda", lembrou Leão. "O que eu fiz foi dar apoio."
No segundo tempo, o Santos começou assustado, e o Nacional, fechado. Com Ricardo Oliveira anulado, Robinho errando e Diego mal, era preciso encontrar um meio para furar o bloqueio uruguaio. Aí o Santos "achou" mesmo o empate, aos 20min. André Luís e Eguren se agarravam na área pequena quando Elano cobrou falta da direita. A bola bateu na cabeça do uruguaio e entrou.
O empate inibiu as duas equipes, que pouco arriscavam. O Santos ainda poderia ter conseguido sua vitória no tempo normal, se o árbitro não interpretasse mão na bola de Ricardo Oliveira, em uma jogada aos 47min em que o lateral Léo marcou, em vão.


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