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São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2003

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AÇÃO

Por essas e outras

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

O que costuma fazer a diferença num campeonato de surfe são as ondas, por isso as provas no Havaí são as mais respeitadas, no Taiti, as mais temidas, na Austrália, as mais tradicionais. Mas outros fatores contribuem. Na Europa, por exemplo, o cenário clássico, a cultura, o povo, a comida conspiram a favor.
Como no Mundial, o circuito nacional, Super Surf, tem procurado fazer etapas privilegiando as ondas, mas ativos, como o financeiro e os estruturais, pesam. Torres (RS) aliou tudo isso e somou o fator humano, a beleza e a simpatia do povo. A segunda etapa agradou em todos os sentidos, até porque as ondas surpreenderam.
 
Com o novo formato com 80 atletas no masculino e 24 no feminino, a etapa começou na quarta-feira e foi em ritmo acelerado para aproveitar as boas ondas e também porque, com a participação de cinco surfistas do WCT, poderia acabar sábado para que eles fossem ao Taiti no domingo.
Não foi preciso, Armando Daltro caiu nas quartas-de-final. As baterias finais marcaram duelos de gerações. No feminino, Suelen Naraisa e Silvana Lima, de 18 anos, bateram, na prova e no ranking, as experientes Tita Tavares e Andréa Lopes. Na final, Suelen levou a melhor. Na final masculina, Renan Rocha, 32, fora do Mundial após 11 anos na elite, competiu desde as triagens, mas foi superado pelo estreante Renato Galvão, 21, que voltou com uma Saveiro Volkswagen.
 
Se na Prainha, sede do Super Surf, as ondas surpreenderam, mais surpresos ficaram os surfistas que checaram um parcel conhecido como Ilha dos Lobos, em Torres, onde quebra uma esquerda grande e tubular. O pico está no alvo dos exploradores de ondas grandes e, com ajuda de jet-ski, pode ter sessões comparáveis a Teahupoo. Ver para crer.
 
O que ninguém vai ver é Neco Padaratz no Billabong Pro em Teahupoo. Desclassificado na terceira fase do Super Surf, ele não embarcou no domingo. Brasileiro mais bem colocado no Mundial, assumiu em carta honesta e emocionada o trauma que tem:
"Bem pessoal, imagino o que muitos estão pensando e perguntando. Qual será a desculpa desta vez? Nunca houve desculpa para eu não ir ao Tahiti, sempre falei a verdade. Os problemas que eu tive nos anos anteriores só fizeram com que eu adiasse a decisão mais importante da minha vida. Hoje estou em condições físicas para enfrentar Teahupoo, mas não tenho condições psicológicas para enfrentar o pior fantasma da minha vida." A integra está em www.revistatrip.com.br.
 
A prova no Taiti está no período de espera. Na semana anterior às triagens um swell de 15 pés recepcionou os primeiros que chegaram. Nova ondulação gigante é esperada, enquanto os melhores do mundo dormem com seus fantasmas. Por essas e outras é que o surfe é um esporte tão singular.

Alpinismo
Aron Ralston, 27, ficou famoso na semana passada ao cortar o braço para sair com vida de uma escalada malsucedida. Em recuperação, promete contar o drama no www.geocities.com/aronalston.

X-Games Global Championship
De 16 a 18 de maio os melhores do mundo no skate, in-line, bike stunt, moto freestyle, ski e snowboard, agora por equipes -EUA, Canadá, América do Sul, Ásia e Austrália-, se reúnem em San Antonio (EUA) e Whistler (CAN) para a primeira edição dos Jogos.

Corrida de Aventura
Começa amanhã, na Escócia, uma das etapas do Raid Series, que fará o ranking internacional e dará vaga para o Raid Gauloise-04 (Peru).

E-mail sarli@revistatrip.com.br


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