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AÇÃO
Por essas e outras
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
O que costuma fazer a diferença num campeonato de
surfe são as ondas, por isso as provas no Havaí são as mais respeitadas, no Taiti, as mais temidas,
na Austrália, as mais tradicionais. Mas outros fatores contribuem. Na Europa, por exemplo, o
cenário clássico, a cultura, o povo,
a comida conspiram a favor.
Como no Mundial, o circuito
nacional, Super Surf, tem procurado fazer etapas privilegiando as
ondas, mas ativos, como o financeiro e os estruturais, pesam. Torres (RS) aliou tudo isso e somou o
fator humano, a beleza e a simpatia do povo. A segunda etapa
agradou em todos os sentidos, até
porque as ondas surpreenderam.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Com o novo formato com 80
atletas no masculino e 24 no feminino, a etapa começou na quarta-feira e foi em ritmo acelerado para aproveitar as boas ondas e
também porque, com a participação de cinco surfistas do WCT,
poderia acabar sábado para que
eles fossem ao Taiti no domingo.
Não foi preciso, Armando Daltro caiu nas quartas-de-final. As
baterias finais marcaram duelos
de gerações. No feminino, Suelen
Naraisa e Silvana Lima, de 18
anos, bateram, na prova e no ranking, as experientes Tita Tavares
e Andréa Lopes. Na final, Suelen
levou a melhor. Na final masculina, Renan Rocha, 32, fora do
Mundial após 11 anos na elite,
competiu desde as triagens, mas
foi superado pelo estreante Renato Galvão, 21, que voltou com
uma Saveiro Volkswagen.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Se na Prainha, sede do Super
Surf, as ondas surpreenderam,
mais surpresos ficaram os surfistas que checaram um parcel conhecido como Ilha dos Lobos, em
Torres, onde quebra uma esquerda grande e tubular. O pico está
no alvo dos exploradores de ondas grandes e, com ajuda de jet-ski, pode ter sessões comparáveis
a Teahupoo. Ver para crer.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
O que ninguém vai ver é Neco
Padaratz no Billabong Pro em
Teahupoo. Desclassificado na terceira fase do Super Surf, ele não
embarcou no domingo. Brasileiro
mais bem colocado no Mundial,
assumiu em carta honesta e emocionada o trauma que tem:
"Bem pessoal, imagino o que
muitos estão pensando e perguntando. Qual será a desculpa desta
vez? Nunca houve desculpa para
eu não ir ao Tahiti, sempre falei a
verdade. Os problemas que eu tive nos anos anteriores só fizeram
com que eu adiasse a decisão
mais importante da minha vida.
Hoje estou em condições físicas
para enfrentar Teahupoo, mas
não tenho condições psicológicas
para enfrentar o pior fantasma
da minha vida." A integra está
em www.revistatrip.com.br.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
A prova no Taiti está no período
de espera. Na semana anterior às
triagens um swell de 15 pés recepcionou os primeiros que chegaram. Nova ondulação gigante é esperada, enquanto os melhores
do mundo dormem com seus fantasmas. Por essas e outras é que o
surfe é um esporte tão singular.
Alpinismo
Aron Ralston, 27, ficou famoso na semana passada ao cortar o braço
para sair com vida de uma escalada malsucedida. Em recuperação,
promete contar o drama no www.geocities.com/aronalston.
X-Games Global Championship
De 16 a 18 de maio os melhores do mundo no skate, in-line, bike
stunt, moto freestyle, ski e snowboard, agora por equipes -EUA,
Canadá, América do Sul, Ásia e Austrália-, se reúnem em San Antonio (EUA) e Whistler (CAN) para a primeira edição dos Jogos.
Corrida de Aventura
Começa amanhã, na Escócia, uma das etapas do Raid Series, que fará
o ranking internacional e dará vaga para o Raid Gauloise-04 (Peru).
E-mail sarli@revistatrip.com.br
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