São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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Brasileiro põe fundadores do C13 como coadjuvantes

Bloco de 12 equipes é superado pela concorrência na classificação, no confronto direto e até na bilheteria depois das primeiras quatro rodadas da competição

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Tradição não coloca a mesa. Esse é o cenário do Campeonato Brasileiro, que hoje, com seis partidas, abre sua quinta rodada.
Tanto na tabela quanto no confronto direto e na bilheteria o grupo formado pelos 12 participantes que são fundadores do Clube dos 13 perde para o bloco formado pelos outros 12 concorrentes.
Quem lidera a competição é a Ponte Preta, que não entrou para o Clube dos 13 nem mesmo depois que a associação começou uma política de expansão.
As equipes "pequenas" são maioria entre os top ten -seis dos integrantes do grupo não estavam entre os times que fundaram o C13 em 1987.
Já na parte inferior da classificação os times tradicionais são maioria. Dos oito piores, seis são "grandes". Se não fosse a decisão do STJD de tirar do Coritiba seis pontos no tapetão, Flamengo, Botafogo e Vasco estariam hoje na zona de rebaixamento.
No confronto direto, os times mais importantes do país levam uma goleada ainda maior. Aconteceram até agora 26 jogos opondo "grandes" e "pequenos".
Neles, os fundadores do Clube dos 13 ficaram com a vitória em apenas cinco oportunidades. Foram 11 triunfos das equipes mais modestas e dez empates.
Alguns tradicionais levaram goleadas, como o Grêmio, que perdeu para o Goiás por 4 a 0.
Se não fosse a fraqueza de clubes de fama nacional, alguns times não teriam somado pontos ainda. O Paraná, por exemplo, venceu Santos e Flamengo -quando enfrentou Vitória e Juventude, foi derrotado e sofreu nada menos do que dez gols.
Se em termos de resultados o fosso que separava "grandes" e "pequenos" já não era tão grande assim, em outras áreas o Brasileiro-04 apresenta números ainda mais impressionantes.
A começar pela bilheteria. A média de público dos fundadores do C13 é menor do que a concorrência. O bloco dos tradicionais leva, em média, 7.200 pagantes por jogo. Já os emergentes vendem, em média, 7.500 ingressos a cada partida realizada.
Segundo números da CBF, dois "grandes" (Botafogo e Vasco) ocupam as duas últimas posições no ranking de bilheteria. O caso mais grave é da equipe de São Januário, que tem a ridícula média de 1.200 pagantes por jogo.
O Figueirense, com média de 14,2 mil torcedores por partida, é o segundo na lista da popularidade, enquanto o Goiás (11,2 mil) aparece em terceiro -o líder até agora é o Corinthians.
Na disciplina, o Nacional também não prova a tese que os atletas de times mais modestos apelam. Segundo o Datafolha, há empate (10 a 10) de cartões vermelhos entre fundadores do C13 e o outro bloco. Nos amarelos a vantagem é dos "pequenos" -receberam 48% das advertências desse tipo, contra 52% dos antigos bichos-papões da bola nacional.


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