São Paulo, quinta-feira, 08 de junho de 2000


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Marcelinho assume responsabilidade

DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Marcelinho, que desperdiçou a última cobrança do Corinthians na disputa de pênaltis contra o Palmeiras, anteontem, na disputa da semifinal da Libertadores, disse que "ninguém no Morumbi esperava" que ele perdesse o pênalti e que está "com a cara aberta para receber críticas".
"Aceitei que perdi. Estou pronto para assumir a responsabilidade e aceitar as críticas. Se eles acharem melhor isso (criticá-lo), tudo bem", afirmou.
Até o chute de Marcelinho, o rival liderava a disputa por cinco a quatro. O goleiro adversário, Marcos, saltou para o canto certo e espalmou a bola.
A defesa garantiu a passagem do Palmeiras para a final da Libertadores, contra Boca Juniors (ARG) ou América (MEX).
"Foi uma infelicidade. Há mais de seis anos sou o cobrador oficial e bati como sempre. Foi mérito dele (Marcos). E se eu troco de canto e ele pega? Ou se bato no meio e ele fica parado?", questionou o jogador.
Marcelinho disse ter ido para a cobrança com a certeza de marcar. "Sempre acertei mais do que perdi. Fui confiante para fazer (o gol) e trazer alegria para os meus companheiros e a torcida."
O atacante Dinei fez um apelo aos corintianos.
"Peço a todos que não crucifiquem o Marcelinho. Ele é o maior ídolo do Corinthians, já deu vários títulos ao clube", disse.
O diretor de futebol do Corinthians, Carlos Nujud, acha "normal" a reação da torcida, mas disse ter "certeza de que ele está tão triste quanto o mais fanático dos corintianos". Nujud preferiu não comentar a possibilidade de Marcelinho deixar do clube.
"Nesse momento prevalece a emoção. Vamos esperar tudo isso passar para decidir com a razão", afirmou o dirigente.
Após dar entrevistas, o atacante seguia para o ônibus do Corinthians quando dois torcedores tentaram agredi-lo.
"Isso aqui (Corinthians) é tradição, mercenário", gritou exaltado um dos torcedores, que foram contidos por seguranças do clube.
Na saída do ônibus, mais revolta. Um grupo de 20 torcedores aguardava a delegação na parte interna do estacionamento do Morumbi e pedia a saída de Marcelinho do clube.
Segundo o major Marinho, comandante do policiamento na partida de anteontem, os torcedores teriam entrado na área exclusiva para a imprensa e diretores dos clubes, "dando carteiradas".
O comandante se eximiu da responsabilidade pela entrada dessas pessoas no local.
"Esse controle é responsabilidade da Federação Paulista, não da Polícia Militar", afirmou.
O ônibus do time deixou o estádio do Morumbi com uma escolta reforçada, composta por oito policiais motociclistas e um carro da Polícia Militar.
Todas as janelas e cortinas formam mantidas fechadas enquanto torcedores nervosos xingavam o elenco. O jogador mais visado era Marcelinho.


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