MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Contra o Bahia, o São Paulo recebe pela primeira vez a sua torcida, de quem está "separado", sob a tutela do Estatuto do Torcedor.
Irritados com a falta de um título de expressão e com os sucessivos tropeços nas fases finais dos torneios, os são-paulinos estão cada vez menos indo ao Morumbi apoiar seu time. Quando vão, principalmente as organizadas, vaiam mais do que aplaudem.
Em 2001, depois de ter vencido o Rio-SP e revelado Kaká, o São Paulo levou em média 13.819 torcedores na fase de classificação do Brasileiro -a melhor média entre os grandes paulistas. Em 2002, no embalo da ótima campanha na primeira fase do Nacional, o time levou em média 18.831 torcedores por jogo ao Morumbi. De novo, superou os rivais do Estado.
Neste ano, com o agravamento da tensão entre a torcida, o técnico Oswaldo de Oliveira (já demitido) e alguns atletas (inclusive Kaká), a média de público pagante é de 5.906. A pior dos grandes. "A torcida voltará a apoiar. Depende do rendimento em campo", disse o técnico interino, Roberto Rojas.
Quem se habilitar a ir ao Morumbi às 18h vai poder avaliar as mudanças que o clube fez para cumprir o Estatuto do Torcedor.
Segundo o diretor de planejamento e finanças do clube, João Paulo de Jesus Lopes, foram investidos R$ 100 mil.
"Só com as catracas que devolvem os ingressos gastamos R$ 25 mil. Contratamos quatro ambulâncias. Confeccionamos faixas que serão afixadas em todos os portões com as informações do Brasileiro. Teremos um ouvidor próprio. Contratamos orientadores. Arrumamos os banheiros", contou o dirigente, que espera receber 15 mil pessoas -quase o triplo da atual média.
E, para agradá-las em campo, Rojas mudou o time.
Sacou Júlio Baptista para colocar Fábio Simplício, que estava afastado por causa de uma lombalgia. O meio-campo ainda terá outros dois volantes, Adriano e Carlos Alberto, que estava suspenso, além do meia Ricardinho, recuperado de dores na coxa. Fabiano está de volta à lateral. Roger ocupará a vaga de Rogério, suspenso pelo STJD.
Kaká continua fora. Ele sofreu um trauma no tornozelo há 15 dias e ainda não se recuperou.
"O time estará inteiro, jogará em casa e é favorito. Mas não pode relaxar porque não pode perder pontos. Treinamos no Morumbi [anteontem] para os jogadores se habituarem com tudo, até em saber onde está a torcida", afirmou o técnico.
O Bahia terá dois desfalques. O zagueiro Luiz Fernando, suspenso, e o meia Neto, contundido, não participarão do jogo, no qual o time tentará vencer pela primeira vez fora de casa neste Nacional.