São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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PINGUE-PONGUE

Fã de basquete, atleta reclama de não poder jogar

DA REPORTAGEM LOCAL

Usain Bolt passou as últimas semanas chateado. Depois de ver o Philadelphia fracassar na tentativa de classificação aos mata-matas da NBA, assistiu à derrota do Indiana para o Detroit nas finais da Conferência Leste.
Como tantos outros adolescentes, Bolt é fã e um consumidor da NBA, a liga americana de basquete. "Meus ídolos no esporte são o Allen Iverson [Philadelphia] e o Jermaine O'Neal [Indiana]."
Do alto de seu 1,96 m, o jamaicano não pôde nem sequer descontar a bronca na quadra da escola. "É um saco, mas não posso brincar para não correr o risco de me machucar. Depois da Olimpíada, eu jogo", disse à Folha, rindo. Bolt, aliás, ri o tempo todo. (FSX)
 

Folha - O Ato Boldon elogiou muito o seu tempo de 19s93, mas disse também que ninguém está buscando tempo a essa altura do ano...
Usain Bolt
- [rindo] Concordo. Tem muita gente ainda buscando índice para os 100 m, os americanos ainda não começaram as seletivas e todos, é claro, estão projetando o pico da performance para os Jogos. Mas sei que também não estou no pico.

Folha - Além de você, há outros atletas do Caribe com boas chances nos Jogos. Qual é a razão dessa onda?
Bolt
- A Jamaica tem uma boa estrutura para o atletismo, conta com bons técnicos, bons fisioterapeutas, profissionais competentes em diversas áreas. Muitos atletas de outras ilhas do Caribe se beneficiam disso.

Folha - Você ficou surpreso com a marca de 19s93?
Bolt
- Fiquei. Às vezes, me pergunto como posso ser tão rápido. Mas o problema [risos] é que sei que posso ser ainda mais veloz. Posso melhorar, sei disso. Algumas vezes até quero dosar o meu ritmo, correr um pouco devagar, mas não consigo.

Folha - Quem são seus maiores ídolos no esporte?
Bolt
- O Michael Johnson era um corredor fantástico. Mas também há caras de outros esportes. O Jermaine O'Neal, o Allen Iverson... Eles dois me inspiram a trabalhar e estou arrasado por eles não estarem nas finais da NBA. Eu gosto de basquete. Sempre joguei, sempre gostei. Mas sempre levei mais como uma brincadeira.

Folha - Você já tem contrato com a Puma, vai começar agora a disputar meetings. Já dá para viver com o dinheiro que ganha no atletismo?
Bolt
- Não. Ainda não vivo do atletismo. Mas espero que isso acabe logo, logo.

Folha - Gosta de reggae?
Bolt
- Ouço muito reggae, rap e música latina. Mas, antes de correr, para relaxar, não há nada melhor do que um bom Bob Marley.

Folha - O que você espera dos Jogos de Atenas?
Bolt
- O que vou conseguir lá vai depender das minhas condições e das condições dos outros. Meu primeiro objetivo é chegar às finais. Poder ficar entre os oito melhores do mundo na minha primeira Olimpíada já seria fantástico. Depois, vou atrás da medalha. Acho que tenho chances, mas o ouro, é claro, vai ser uma missão difícil. Sempre é. Mas vou tentar.


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