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Gol no fim contém vaias e dá alívio a Luxemburgo
Maurício Ramos marca aos 46min do 2º tempo, e Palmeiras ganha de virada
Palmeiras 2
Vitória 1
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Não houve trégua da torcida
a Vanderlei Luxemburgo. Mas,
antes que as vaias pudessem tomar conta do Parque Antarctica, ontem à tarde, o zagueiro
Maurício Ramos salvou a pele
da equipe e do comandante.
Depois de um sufoco imposto pelo Vitória, que saiu na
frente e teve inúmeras chances
de ampliar a vantagem, o gol da
virada do time da casa, já aos
46min da etapa final, amenizou
as críticas dos torcedores ao
fraco desempenho do time.
"Dedico essa vitória ao professor. A torcida está criticando, mas o grupo está com ele",
afirmou Maurício Ramos, que
chamou a equipe para abraçar
Luxemburgo ao festejar o gol.
"Nosso time merecia isso para voltar a fazer as pazes com a
torcida", disse o goleiro Marcos, outro herói da partida.
Na verdade, antes que a história do confronto fosse alterada pela cabeçada do zagueiro, o
arqueiro havia impedido que
ela se tornasse trágica.
Fora a polêmica gerada pela
defesa feita no final do primeiro tempo, quando o goleiro foi
buscar cabeçada do atacante
Roger já dentro da meta -o juiz
não deu gol-, Marcos voltou a
fazer uma grande exibição.
"Por ser goleiro, não gostaria
que o jogo fosse tão emocionante assim", disse o camisa 12,
em tom de alívio, após o duelo.
Além da competência, Marcos também contou com a sorte, quando um chute de Leandro Domingues carimbou seu
travessão no segundo tempo.
Àquela altura, Apodi já havia
aberto o placar, e Ortigoza, que
entrara no lugar de Mozart,
deixara tudo igual. E as vaias,
iniciadas ao término do primeiro tempo, aumentavam de volume a cada toque errado.
Após duas oportunidades
perdidas na cara de Marcos, porém, o Vitória foi castigado com
o gol de Maurício Ramos.
Se houvesse empate, Luxemburgo igualaria o pior retrospecto em toda sua história no
Palmeiras, quando ficou seis jogos sem ganhar em 2002.
Mesmo assim, como aconteceu naquele ano, a relação do
treinador com parte da torcida
vem se desgastando gradualmente na atual temporada.
No empate com o Nacional
do Uruguai pela Libertadores,
em 28 de maio, o técnico reclamou da inércia dos torcedores.
Ontem, mudou o discurso.
"A participação da torcida foi
importantíssima. Com esse
ambiente que eu vi hoje e com
a resposta que a equipe deu
dentro de campo, você conquista as coisas no futebol", declarou Luxemburgo.
O treinador não se viu livre,
no entanto, dos gritos de "burro" proferidos pela chamada
"Turma do Amendoim", a parcela da torcida concentrada nas
cadeiras cobertas.
Luxemburgo preferiu, porém, minimizar os protestos,
atrelando-os a uma facção.
"A perseguição não é da torcida do Palmeiras, é da Mancha
Verde [atual Mancha Alviverde], que direcionou a mim a crítica. Tenho um respeito muito
grande com a torcida do Palmeiras, porque tenho uma história aqui dentro", afirmou.
O treinador terá novo encontro com seus desafetos no próximo domingo, quando a equipe pega em casa o Cruzeiro.
"A Turma do Amendoim
nunca vai se calar", disse Luxemburgo, já adiantando o que
o espera daqui a uma semana.
Antes, o time vai viajar para
Atibaia, amanhã à noite, repetindo estratégia utilizada antes
do clássico contra o São Paulo,
na terceira rodada.
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