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Em jogo de gafes, seleção leva "chá de cadeira" ao sair
Equipe espera mais de 20 minutos pela retirada da comitiva presidencial
DOS ENVIADOS A DAR ES SALAAM
A caótica organização do
amistoso Tanzânia x Brasil
no moderno estádio Nacional fez com que a seleção brasileira, apressada para retornar a Johannesburgo, levasse um "chá de cadeira" de
mais de 20 minutos.
Após a partida, o ônibus
que levou os brasileiros ao
aeroporto teve de esperar a
enorme comitiva do presidente tanzaniano, Jakaya
Kikwete, deixar o estádio.
Chamaram a atenção os
mais de 50 veículos SUV que
acompanhavam o carro de
Kikwete. O "espetáculo" teve
ainda seguranças correndo
ao lado do presidente e muitos soldados do Exército armados com metralhadoras.
Somente quando os muitos carros deixaram o único
portão de saída do estádio é
que a seleção pôde seguir seu
caminho, escoltada por um
caminhão também lotado de
soldados, que apontavam armas para a multidão.
A confusão na saída foi
apenas um dos capítulos de
um jogo marcado por gafes.
O moderno telão do estádio, construído por chineses
em 2008, não funcionou. Serviu, por vários momentos,
como tela de computador até
ser desligado no jogo.
Antes, exibiu imagens de
um show de dança típica africana que emitia um ensurdecedor som de tambores durante a execução do hino brasileiro. O problema causou
constrangimento no presidente tanzaniano e nas pessoas que o acompanhavam.
Uma delas, desesperada,
gesticulava com as mãos para a cabine de onde o equipamento era operado. Só depois de alguns minutos é que
o vídeo foi desligado.
A execução do hino tanzaniano também foi prejudicada por uma falha no som.
Aos 20min do segundo
tempo, um torcedor invadiu
o gramado e atravessou o
campo. Ele foi retirado com
violência pelos policiais, que
foram vaiados pelo público.
O tratamento dado ao torcedor também não foi dos
melhores. Não era possível
comer ou beber no estádio,
que não recebeu nem metade
da lotação -60 mil pessoas.
A ida ao banheiro também
se tornou uma aventura, pois
não havia iluminação. Nem
mesmo no setor VIP, onde
cada ingresso custava US$ 93
(ou cerca de R$ 168).
O bilhete mais barato para
o amistoso saía por cerca de
US$ 20, valor alto para os padrões sociais da Tanzânia.
A partida teve motivação
política. O presidente do país
africano, que pagou cerca de
US$ 2 milhões para levar o
Brasil à Tanzânia, tentará a
reeleição no final deste ano.
Dessa maneira, a equipe
de Dunga, em sua reta final
de preparação para a Copa
do Mundo, jogou com temperatura beirando os 30ºC em
um lugar úmido, condições
inteiramente diferentes das
que terá pela frente na fria
África do Sul.
(EAR E PC)
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